19/05/2015 às 10h28min - Atualizada em 19/05/2015 às 10h28min

Lutador leva calote e diz não acreditar em desaparecimento do Professor de MMA, Jorge Valente

[caption id="attachment_65210" align="alignleft" width="300"]
Johil de Oliveira rebateu versão de Laisa, esposa de Jorge Valente (Foto: Reprodução / Facebook)

Johil de Oliveira rebateu versão de Laisa, esposa de Jorge Valente (Foto: Reprodução / Facebook)

Johil de Oliveira rebateu versão de Laisa, esposa de Jorge Valente (Foto: Reprodução / Facebook)[/caption]

Aos 45 anos e com um currículo vasto no MMA, que inclui lutas no Pride, Cage Rage e IVC, Johil de Oliveira bem que tentou voltar a atuar após quase três anos desde seu último confronto. Ele faria a luta principal do Maricá Combat, na última sexta-feira, na cidade de Maricá (RJ), onde mora. Entretanto, o evento não aconteceu e terminou com o desaparecimento do promotor, Jorge Valente. A esposa de Jorge, Laisa, registrou um boletim de ocorrência após receber uma mensagem do celular do marido que disse ter sido sequestrado e estar no porta-malas de um carro. Tudo isso depois de não conseguir se entender com os lutadores para efetuar o pagamento das bolsas dos atletas. Mas Johil não engoliu a versão dada pela mulher e buscou explicar o seu lado.

De acordo com o atleta, Jorge Valente mora a cerca de 100 metros de sua casa, "há quatro ou cinco meses", e tentou lhe convencer a lutar no Maricá Combat, pois é da cidade e possui nome conhecido entre os fãs de MMA. Johil chegou a dizer que ele não conseguiria pagar a sua bolsa, mas acabou chegando a um acordo com o promotor, desde que o dinheiro fosse tirado de patrocinadores e não da bilheteria, e fosse pago no dia da pesagem, que aconteceu em Itaipuaçu (RJ), Mas o combinado não foi cumprido. 

- Chegando na pesagem, tivemos problemas, porque eram sete lutas e duas caíram. Duas pessoas não puderam lutas. Uma pegou dengue e outra bateu de carro. Os atletas estavam revoltados com ele por conta da perda de peso, porque avisar em cima da hora é muito chato. Ainda falei: "Valente, vamos fazer a pesagem porque estou o dia todo sem beber água e comer, fiz minha parte, então queria fazer a pesagem pelas pessoas que estão aqui". Ele concordou e fez a pesagem da minha luta primeiro. Batemos o peso, tiramos foto e, na hora de assinar o contrato, ele botou valor de 500 reais na minha luta. Disse que não entendi o valor, porque o combinado era muito acima disso, e ele disse que era só para constar. Não assinei. Perguntei do meu dinheiro, ele não tinha. Falou que teve problema e me pagaria depois. Na pesagem já sabia que ele não teria o dinheiro para me pagar. Estou nesse meio há muito tempo, então já conheço. Se o combinado era na pesagem, e ele não tinha, não seria no evento que ia arrumar - afirmou, em entrevista por telefone ao Combate.com.

[caption id="attachment_65211" align="alignright" width="209"]
Cartaz do Maricá Combat, anunciando a luta de Johil de Oliveira (Foto: Reprodução / Facebook)

Cartaz do Maricá Combat, anunciando a luta de Johil de Oliveira (Foto: Reprodução / Facebook)

Cartaz do Maricá Combat, anunciando a luta de Johil de Oliveira (Foto: Reprodução / Facebook)[/caption]

O acordo para o pagamento da bolsa de Johil de Oliveira incluía que o próprio lutador vendesse 40 ingressos, que totalizariam o valor de mil reais (média de R$ 25 por ingresso). Porém, o pagamento não foi a única promessa que deixou de ser cumprida, conforme relata o lutador. Jorge Valente teria dito a Johil que a quadra localizada no bairro de Inoá receberia um toldo para proteger público e lutadores em caso de chuva, além de quatro banheiros químicos, uma ambulância e 100 cadeiras para o que seria uma espécie de área vip. Para a reportagem, Laisa chegou a dizer que tudo estava organizado desta forma, mas o atleta nega de forma veemente. 

- Isso que ela falou é mentira. Não tinha nenhuma área vip. Tinham três mesas com três ou quatro cadeiras em volta. Nem as 100 cadeiras, que eram para pessoas que pagaram R$ 50, tinha. Também não tinha banheiro. Era tudo aberto e sem ambulância, porque ele não pagou. Então ele ficou parado que nem bobo, e a gente chegou para lutar. Depois de um atraso de cerca de 2h30 falei: "E minha bolsa?". Ele disse que ia esperar a bilheteria abrir. Falei que sabia que ele não ia conseguir pagar com bilheteria e, sem dinheiro, não ia lutar. Chamei os outros atletas e falei a mesma coisa, que se quisessem lutar sem dinheiro, era com eles. Eu não lutaria. Ele conversou com os outros atletas, e o que ia lutar comigo aceitou lutar para receber depois. Falei que ele era maluco. Ia lutar, apanhar e não receber bolsa nenhuma porque ele não tem dinheiro. Mas é novo, entendo o lado dele, disse que lutar comigo é uma honra, mas honra é uma coisa, apanhar e sair sem dinheiro é outra. Os outros atletas não aceitaram. E outra luta caiu na hora que as pessoas estavam lá. Um cara não apareceu e ele avisou em cima da hora. De sete lutas, só teriam quatro.

Por volta das 21h, Jorge Valente deixou o local, e um segurança, parente do promotor, disse para Johil que ele saíra "para arrumar o dinheiro". O lutador esperou, tentou entrar em contato por telefone, mas não conseguiu. Perto das 23h, falou para os outros atletas irem embora "porque não ia ter evento e ele deu calote na gente". Apenas no dia seguinte soube da história do sequestro de Jorge, a qual considera "muito estranha".

[caption id="attachment_65212" align="alignleft" width="225"]
Johil de Oliveira não recebeu o valor combinado com Jorge Valente (Foto: Reprodução / Facebook)

Johil de Oliveira não recebeu o valor combinado com Jorge Valente (Foto: Reprodução / Facebook)

Johil de Oliveira não recebeu o valor combinado com Jorge Valente (Foto: Reprodução / Facebook)[/caption]

Laisa foi até a casa de Johil de Oliveira no dia seguinte e mostrou o boletim de ocorrência e a mensagem que o marido lhe enviou na véspera. Não foi o suficiente para convencer o atleta.

- Se você está sequestrado na mala do carro, como ela falou que foi, vai mandar mensagem para a sua mulher se despedindo? Acredito que ele fugiu. Essa é a única alternativa que consigo entender. Fugiu para não pagar, com vergonha. Não pagou nem o cara do octógono, não pagou nada. Acho uma história muito complicada. Se você se colocar no lugar do sequestrado, vai ligar para quem primeiro? Para a polícia né? Vai tentar se salvar. Não ficar mandando uma redação para a esposa. Nessa suposição que não estou acreditando. Pode ser que seja verdade. Não vou afirmar nada, mas não acredito. Espero que ele esteja vivo mesmo, porque vivo tenho condições de ganhar o dinheiro ainda. Vendi os ingressos e estou devolvendo o dinheiro das pessoas com meu dinheiro, porque já tinha usado. Estou devolvendo aos poucos. Ele morto não serve nada para mim, porque morto não paga dívida. Até rezo para que ele esteja vivo para acertar as coisas. É uma situação muito chata - concluiu.

Combate.Com

Reportagem Relacionada

Professor de MMA, Jorge Valente, está desaparecido


Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp