23/06/2015 às 10h07min - Atualizada em 23/06/2015 às 10h07min

Maricá em alerta para o Zika Vírus

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(Foto :: Divulgação)

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Na última semana, um homem e uma mulher, ambos de 34 anos, e uma criança de 1 ano, todos moradores de Maricá, na Região Metropolitana, foram diagnosticados em unidades públicas da cidade, com a doença. Apesar disso, a prefeitura de Maricá informou que o município não teve nenhum caso confirmado da doença. A vigilância epidemiológica está investigando os casos suspeitos com o objetivo de obter diagnóstico laboratorial. Até o momento, 68% dos casos que tiveram amostras coletadas foram positivos para dengue. Os casos negativos (32%) estão sendo investigados para outras doenças.

“Comecei a me sentir mal no domingo pela manhã, parecia uma crise alérgica. Surgiram várias manchas vermelhas pelo corpo e tomei um antialérgico, mas não passava. Procurei o Hospital Conde Modesto Leal onde fui examinado e diagnosticado com o vírus Zika. Ontem pela manhã ainda voltei novamente a unidade onde fizeram outros exames, entre eles o de sangue, e ficou constatada a Zika”, disse Gabriel Maia.

A prefeitura de Maricá informou que a detecção do Zika Vírus só é feita após a realização de exame específico que ainda não é realizado no Estado do Rio de Janeiro, embora a Secretaria Estadual de Saúde estude a possibilidade de parceria com a Fiocruz para tal fim.

Por conta disso até o momento nenhum município está apto a um diagnóstico oficial da doença, uma vez que a análise clínica sozinha não é suficiente para averiguar sua portabilidade e impede sua inclusão nos indicadores epidêmicos. Dentro desses parâmetros, até o momento a Vigilância Epidemiológica de Maricá não confirmou qualquer caso da doença no município. Até então todos os exames realizados indicaram dengue, que tem se apresentado em uma forma diferenciada em relação a diagnósticos anteriores.

Vale ressaltar que as ações de controle do Zika Vírus são as mesmas que as da dengue, já que ambos são transmitidos pelo mesmo mosquito vetor e desenvolvem quadros clínicos semelhantes.

Surto - O estado do Rio de Janeiro corre risco de sofrer um surto da febre Zika, segundo especialista. A doença apresenta sintomas semelhantes ao da dengue e é transmitida pelo mesmo mosquito, o Aedes Aegypti. Apesar disso, o Zika Vírus é menos agressivo, inclusive em termos de evolução clínica. Descoberto recentemente no estado da Bahia, foram registrados 39 casos do Zika Vírus, como é conhecido, até o último mês de abril, na região metropolitana de Salvador. A identificação do vírus foi realizada por dois pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA), depois de 20 dias de estudos com amostras de sangue de pacientes infectados.

A semelhança com a dengue não está somente na forma de transmissão e no vetor, os sinais e sintomas apresentados pelos pacientes são febre, manchas pelo corpo, dor de cabeça, de garganta e nas articulações, náusea e mialgia. Porém, a conjuntivite é uma peculiaridade.

“O risco de surto existe com certeza. As chances são altas porque além do estado oferecer boas condições como o clima tropical e muitas regiões de mata, o agente transmissor é o mesmo da dengue, o mosquito aedes aegypti, além do aedes albopictus e outros tipos de aedes”, explica Alberto Chebabo, infectologista do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que completa em seguida. “O perigo maior da Zika é que muitas pessoas acham que estão com ela e buscam tratamento caseiro. Porém, estão na verdade com dengue. Esse é o maior perigo. Como não há tratamento específico, é bom que procurem o médico e usem anti térmicos para o controle da febre e beber muito líquido”, finalizou.

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES) até o momento foi confirmada uma notificação de Zika vírus no estado. A confirmação laboratorial do caso registrado no município do Rio foi feita pela Fiocruz. Vale ressaltar que a confirmação laboratorial tem como objetivo evidenciar a circulação do vírus. A maior parte dos diagnósticos é feito pela análise clínica, com base nos sintomas apresentados pelos pacientes. Ainda de acordo com a SES, a campanha dos 10 minutos contra a dengue, este ano, passa a incluir doenças como Zika e Chikungunya, também transmitidas pelo Aedes aegypti. A participação de todos é fundamental, tendo em vista os hábitos domésticos do mosquito. Todas as ações complementares, como uso do fumacê, uso de larvicidas e as visitas domiciliares pelos agentes de controle de endemias serão mantidas, mas não serão suficientes se cada um não cuidar adequadamente das suas casas. A secretaria não soube informar quantos casos ocorrem no estado.

Por Guilherme Peixe / A Tribuna


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