29/06/2015 às 22h03min - Atualizada em 29/06/2015 às 22h03min

Polícia Civil prende em São Gonçalo acusado de assassinar homem em São José do Imbassaí

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Ele irá responde por homicídio. (Foto :: Romário Barros - LSM)

Ele irá responde por homicídio. (Foto :: Romário Barros - LSM)

Ele irá responde por homicídio. (Foto :: Romário Barros - LSM)[/caption]

LEI SECA MARICÁ :: ROMÁRIO BARROS- Após um longo trabalho de investigação, Policiais Civis da Delegacia de Maricá (82ª DP) prenderam na tarde desta segunda-feira, 29, Anderson Luciano da Costa, de 34 anos, mais conhecido como 'Formiga' acusado de assassinar Maycon Pessanha da Silva em 21 de março de 2010. Acusado foi preso no Shopping Pátio Alcântara, em São Gonçalo. 

O promotor da 1ª Promotoria de Justiça Criminal de Maricá acatou o pedido do delegado e expediu o mandado de prisão contra o acusado. Agentes da Delegacia de Maricá efetuaram a prisão nesta segunda-feira, 29, na loja do acusado localizada no 2º andar do Shopping Pátio Alcântara, em São Gonçalo.

Ele será transferido nesta terça-feira, 30, para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu.

Entenda o Caso

No dia 21 de Março de 2010, Policiais Militares do DPO de São José do Imbassaí estavam de serviço na Unidade Policial e foram informados por um casal que uma pessoa estaria amarrada em um poste, muito machucada e que possivelmente seria um Policial.

Ao chegarem no local indicado, depararam-se com um homem caído ao solo, amarrado com cordas de nylon pelos pulsos com perfurações semelhantes a produzidas por projeteis de armas de fogo, na mão esquerda, no queixo e nas costas, além de várias lesões no tórax, costas e rosto, sendo as lesões aparentavam que a vítima havia sofrido uma grande surra.

Os PMs desamarraram a vítima e o identificaram como Maycon Pessanha da Silva. Ele teria dito claramente que o autor do crime seria o seu patrão Anderson juntamente com outra pessoa que ele não conhecia.

Ele disse aos PMs que teria sido levado pelos autores do crime na tarde anterior, dia 20, para uma casa no município de São Gonçalo, onde foi acusado de estar roubando Anderson, e teria apanhado bastante até meia noite do dia 21 de março, cerca de seis horas de tortura. Após, Anderson e o outro elemento o colocaram em um carro e o transportaram até o local onde foi encontrado. A dupla o tirou do carro e atiraram contra ele, mas mesmo baleado, ele conseguiu fugir para o interior de um matagal, onde permaneceu escondido até o amanhecer, quando conseguiu socorro. Este diálogo ocorreu durante o período em que os PMs aguardavam o socorro médico para Maycon.

Maycon foi socorrido por equipes do Corpo de Bombeiros e levado para o Hospital de Maricá. De lá, ele foi transferido para o Hospital Estadual Alberto Torres, no Colubandê, em São Gonçalo, mas não resistiu aos ferimentos e veio a falecer.

Investigações

Após a morte de Maycon, um inquérito foi instaurado pela Delegacia de Maricá e ao longo destes cinco anos várias testemunhas foram ouvidas pela Polícia Civil.

O pai de Maycon confirmou em depoimento que o filho trabalhava na loja de Anderson. Ele disse ainda no enterro do filho não compareceram os colegas de trabalho, nem Anderson.

Testemunhas, que não serão identificadas, relataram que pela manhã encontraram Maycon juntamente com os Policiais Militares na Rua aguardando atendimento médico.

Após insistentes tentativas de contato, a Polícia Civil conseguiu contato com o indicado autor do crime que se apresentou na Delegacia para prestar esclarecimentos com a advogado e o pai. Ele informou que Maycon trabalhava para ele na loja Formiga Cell, no Shopping do relógio, em São Gonçalo e que na época tinha um Honda Civic. Ele contou que esteve com Maycon apenas até às 16 horas e concedeu o nome de sete pessoas para ‘provar’ que ele não teria envolvimento com o crime.  

Durante o depoimento, Anderson ficou surpreso quando tomou conhecimento da necessidade da apreensão de seu veículo para que fosse periciado pela Polícia Civil. Ele sugeriu que o veículo fosse apreendido no dia seguinte, pela manhã, o que não foi aceito pelo Policia Civil responsável pela investigação. Uma equipe foi até a residência de Anderson e o carro não foi encontrado. Somente na noite do dia seguinte, o veículo que seria de propriedade de Anderson foi apresentado na delegacia.

Todas as testemunhas estiveram na delegacia de Maricá e confirmaram a versão contada por Anderson destacando que todos eles compareceram a Unidade Policial acompanhados do mesmo advogado, coincidentemente o advogado que representava Anderson.

Uma testemunha, amiga de infância de Maycon relatou que a vítima havia lhe confidenciado que havia subtraído um aparelho celular da firma formiga cell, uma semana antes do Carnaval de 2010, em razão de Anderson não estar pagando em dia os seus salários e ter feito desconto em seu pagamento semanal, alegando diferença no caixa da loja. Após o depoimento na delegacia, o amigo retornou a Unidade Policial dizendo que foi procurado em seu comércio por uma pessoa com as características de Anderson, que vinha sendo acusado de matar seu amigo.

O veículo Honda apreendido foi encaminhado a perícia, mas a perícia não foi feito por conta do depoimento da companheira de Maycon, pois aquele não seria o carro que vinha sendo utilizado por Anderson.

Um outro veículo foi apreendido, também da marca Honda e apreendido. Após exame com emprego de Luminol, foram encontrados vestígios de sangue no veículo e foi pedida a prisão preventiva de Anderson Luciano Costa.

Com a necessidade do esclarecimento de alguns pontos da investigação, foi pedido ao Ministério Público a exumação do cadáver, a concessão de busca e apreensão de armas em poder do investigado e do seu irmão, um Policial Militar.

Foi realizada a exumação do cadáver e colhido material de seus restos mortais para confronto de DNA com os vestígios encontrados no interior do veículo de propriedade do investigado, restando o resultado inconclusivo. A arma do irmão do acusado também foi encaminhada para confronto balístico com os dois projeteis retirados da vítima, tendo os peritos informando que não tinham vínculos entre os projeteis e a pistola apresentado pelo Policial Militar.

Conclusão do caso

De acordo com o Delegado Dr. Júlio César Mulatinho, todas as evidências existentes apontaram a autoria do crime por parte de Anderson Luciano Costa, apontada pela própria vítima, quando ainda consciente e possibilitada de falar. Em relação ao comparsa que teria atuado com o acusado havia impossibilidade do levantamento da co-autoria do crime, pois só poderia ser identificada com a colaboração do autor.

“-Dou por encerradas as investigações, indiciando Anderson como incurso nas penas do artigo 121 § 2º, I, II, III e IV, do Código Penal. Levando em consideração a hediondidade do crime em apuração dos autos, praticado com requintes de crueldade, demonstrando, com isso, a periculosidade do indiciado, o qual, se mantido solto, certamente poderia influenciar, com o constrangimento das testemunhas e a efetiva aplicação da lei penal”. Disse Mulatinho.

O promotor da 1ª Promotoria de Justiça Criminal de Maricá acatou o pedido do delegado e expediu o mandado de prisão. Agentes da Delegacia de Maricá efetuaram a prisão de Anderson nesta segunda-feira, 29, na loja do acusado localizada no 2º andar do Shopping Pátio Alcântara, em São Gonçalo. Ele será transferido nesta terça-feira, 30, para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu.

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Ele irá responder por homicídio. (Foto :: Romário Barros - LSM)

Ele irá responder por homicídio. (Foto :: Romário Barros - LSM)

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