24/02/2016 às 12h28min - Atualizada em 24/02/2016 às 12h28min

Familiares e amigos dão último adeus ao Secretário da Prefeitura de Maricá, Carlos Manoel

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Familiares e amigos dão último adeus ao Secretário da Prefeitura de Maricá, Carlos Manoel. (Foto :: Romário Barros - LSM)

Familiares e amigos dão último adeus ao Secretário da Prefeitura de Maricá, Carlos Manoel. (Foto :: Romário Barros - LSM)

Familiares e amigos dão último adeus ao Secretário da Prefeitura de Maricá, Carlos Manoel. (Foto :: Romário Barros - LSM)[/caption] LEI SECA MARICÁ :: ROMÁRIO BARROS- Parentes e amigos despediram-se na manhã desta quarta-feira, dia 24, do secretário executivo de Chefia de Gabinete da Prefeitura de Maricá, Carlos Manoel Costa Lima, de 57 anos, que faleceu em razão de uma parada cardiorrespiratória. O velório foi realizado na Câmara de Vereadores de Maricá. Foi grande a movimentação de familiares, amigos da família e também de conhecidos que foram até o velório prestar homenagens. Às 11 horas da manhã, o corpo foi retirado da Câmara de Vereadores e familiares e amigos seguiram com o cortejo fúnebre até o Cemitério de Maricá. Carlos Manoel foi homenageado com uma salva de palmas e os familiares emocionados agradeceram a presença de todos que ali estiveram na despedida. História- Incansável profissional do diálogo, mestre em política de conciliação, expert na arte de encontrar saídas, a fala mansa que o tornava perito em aproximação até dos mais ferrenhos antagonistas, um soldado discreto e leal aos ideais históricos da esquerda e do PT e um craque na humildade e elegância no trato com pessoas de todas as classes, cores, tendências e credos.  O secretário detinha, além de todas essas qualidades, algo que o destacava ainda mais: era alguém que buscava a satisfação pessoal sempre longe dos holofotes. Fazia isso com a mesma discreta obstinação de tentar antever problemas e que levava a luz de sua sala, no gabinete do prefeito Washington Quaquá, a ser sempre a última a ser apagada diariamente, tarde da noite, no Paço Municipal. Apenas para citar um exemplo significativo, fez questão de conhecer vários condomínios do Programa Minha Casa Minha Vida em outros municípios apenas para se prevenir e evitar, nos dois projetos de Maricá, os problemas enfrentados pelos moradores desses lugares.  A ocupação social e a presença do poder público como permanente motor de inclusão nos residenciais Carlos Marighella (Itaipuaçu) e Carlos Alberto Soares de Freitas  (Inoã) são resultados diretos desse trabalho diário, entusiasmado, generoso e atento aos interesses das comunidades mais carentes. “Carlos Manoel foi o sujeito com melhor coração com quem já convivi. Ali não havia um rancor, uma maldade”, definiu o prefeito Washington Quaquá, que decretou luto oficial de três dias na cidade. Nascido no bairro de Cavalcante, no Rio, Carlos Manoel Costa Lima tem uma longa e significativa trajetória no cenário político do Rio. Começou como militante do Partido dos Trabalhadores nos anos 70 e da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RJ). Metalúrgico de profissão (era Ajustador Mecânico) atuou no sindicato da categoria do Rio, onde foi o primeiro presidente a ser reeleito e liderou a maior greve da história do sindicato. Atualmente, além do cargo estratégico na Prefeitura de Maricá, também ocupava o cargo de Secretário de Finanças do PT-RJ, onde exerceu outros cargos na direção tanto municipal quanto estadual. Participou, ao lado do sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, da criação da Ação da Cidadania Contra a Fome, a Miséria e Pela Vida, no início dos anos 90, movimento que transformou o combate à fome em uma iniciativa de solidariedade nacional. Em seu facebook pessoal, o Prefeito de Maricá, Washington Quaquá, escreveu um texto para falar do falecimento de Carlos Manoel. Veja o texto na íntegra abaixo. Até sempre, Companheiro! Desde o século 19 que nós socialistas sonhamos com um mundo de igualdade e por muito tempo acreditamos na possibilidade de se construir um novo homem. Um ser humano feliz, alegre, cordial, compreensivo, amoroso, solidário, preocupado com os destinos do seu semelhante... "Sentir profundamente qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa em qualquer parte do mundo é a qualidade mais bonita de um revolucionário", dizia Che Guevara, que segundo o filósofo Jean Paul Sartre e sua mulher, a feminista Simone de Beauvoir, CHE era "o ser humano mais completo de nossa época". Muitos sonhos se perderam pelos ziguezagues do século XX. E entramos o século XXI mais mesquinhos, mais céticos, mais individualistas, mais pragmáticos... Numa linha reta em direção ao abismo humano e ecológico. Diante de todo o avalanche de ataques que nós petistas e a esquerda estamos sofrendo. A reação contraditória que incrivelmente temos visto é um reavivamento da chama revolucionária e do compromisso original da nossa militância. Compromisso e reavivamento que nós assumimos como projeto quando iniciamos nossa gestão à frente do PT do Rio, tendo Carlos Manoel como tesoureiro e como um dos seus maiores dirigentes. Conhecia ele há muitos anos pela militância metalúrgica, mas nunca tive convivência muito próxima. Apesar de Morar em Maricá já há alguns anos ele sempre foi discreto e exercia sua militância com a nossa querida deputada Benedita e não na cidade. Aqui ele cuidava das filhas e curtia as belezas de nossa cidade com a esposa Simone. Cultivava amigos, a maioria fora do circuito político. Nos últimos dois anos, a partir de nossa gestão no PT Estadual, nos aproximamos e passei a ter contato diário com ele. Foi quando resolvi mudar a dinâmica do governo, por sugestão do Fernando Rodovalho, e criar a coordenação do governo, com cinco secretarias executivas, convidando Carlos Manoel para a secretaria executiva da chefia de gabinete. Foi ai na convivência quase familiar no dia a dia que vi de fato como era Carlos Manoel. Um ser humano diferenciado. Um resgate daquela idéia socialista de um novo ser humano. Nunca vi nele raiva e nem rancor. Um coração e uma generosidade do tamanho de nossos sonhos. Carlos Manoel era um exemplar perdido, raro, daquele novo homem socialista que se perdeu (?) na história. Sou completamente anti flamenguista mas confesso que além do respeito ao Zico, tive uma enorme admiração pelo Leandro, lateral direito daquele time de ouro do início da década de 80. Leandro matava a bola na pequena área no peito e saia fazendo embaixadinha, deixando Roberto Dinamite ou qualquer outro grande atacante que estava pronto pra fazer o gol com cara de bobo. Carlos Manoel era assim. Não dava bico, canelada, cotovelada e nem chutão... Era um lorde, aristocrata, a pesar de sermos todos filhos da plebe rude. Ontem, segunda-feira, nos reunimos as 8h da manhã para discutir novos projetos de governo e colocar em praticas nossas utopias. Eu falava, dizia o que estava pensando e quieto ele anotava. Ainda broquei: - anotou Carlos Manoel? Eu sabia que ele quando saía dali não só ia calma e eficientemente transformar sonhos em realidade, mas sempre fazia sua síntese e acrescentava novas visões e novas ideias. Nunca discordava frontalmente, mas sempre opinava de forma diferente. Era forma de discordar e alertar sobre o que achava equivocado. Eu que não sou lorde, trouxe a favela comigo, e só sai de lá porque fui e sou um soldado de infantaria, tive nestes últimos anos em Carlos Manoel não apenas um amigo e um irmão, mas um companheiro a quem ouvia as ponderações. Aliás se existiu alguém ponderado foi ele. Estava hoje, terça feira, com o seu (e meu) grande amigo Manoel Severino em Brasilia quando as 5h30 da manhã comecei a acompanhar sua luta pela vida. Infelizmente Ele não saiu vitorioso desta. Uma pena! Tantos sonhos ficaram ai e tantas utopias que mobilizaram seu coração e sua paixão estão sendo realizadas em Maricá graças ao empenho que ele dedicou a eles. Se foi da nossa convivência física, amando muito Simone e os filhos, mas também amando o povo e fazendo realizar as utopias emancipatórias. Cada projeto realizado em Maricá tem o DNA de Carlos Manoel. Um companheiro que honra a essência da palavra que quer dizer: "compartilhar o pão". Em cada derrota da esquerda será chorada essa lágrima que hoje choramos por ele. Mas cada vitória, a começar pela que teremos em outubro em Maricá, e as muitas que teremos aqui, no Brasil e no Mundo serão comemoradas com os fogos, as festas, as cervejas e o sorriso de Carlos Manoel. Obrigado, Companheiro!"  A matéria completa você acompanha no LSM Tv deste domingo às 8 da noite aqui no www.leisecamarica.com.br
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