28/11/2012 às 00h32min - Atualizada em 28/11/2012 às 00h32min

Morte de homem na RJ 106, em Maricá é exemplo da banalização do crime

Flávio pode ter sido morto por impulso ou motivo fútil
( Foto :: Romário Barros | Lei Seca Maricá)
REPORTAGEM ESPECIAL LSM | Da Redação | Thalita Costa - O assassinato de Flávio Sergio da Silva Soares, 28 anos na tarde desta terça-feira na RJ 106 (Homem é executado na RJ 106, em Inoã) pode se enquadrar em um estudo divulgado no começo do início do mês de Novembro pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que mostra que de 25% a 80% dos homicídios no Brasil, dependendo do estado, são cometidos por impulso ou motivo fútil.

Foram incluídos homicídios classificados como resultados de briga, ciúme, conflito entre vizinhos, desavença, discussão, violência doméstica, trânsito, crime passional e mortes resultantes de discussões banais. Números incentivam uma campanha para evitar crimes por motivos banais.

Conte até 10 antes de reagir
O Mapa da Violência 2012 divulgado pelo Ministério da Justiça revela que foram registrados 49.932 homicídios no Brasil em 2010, que representam uma média de 26,2 assassinatos para cada grupo de cem mil habitantes e põe o país entre os mais violentos do mundo. Para reduzir o número de mortes, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) lançou a campanha “Conte até 10. Essa é a atitude”, que faz parte da Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública, como meta para manter o controle antes de cometer qualquer ato de violência. “Conte até 10. A raiva passa. A vida fica”, diz a mensagem da campanha.

Os levantamentos do CNMP foram feitos entre 2011 e 2012, a partir de dados sobre homicídios remetidos por 15 estados e pelo Distrito Federal. De 25% a 80% dos homicídios são cometidos por impulso ou motivo fútil. O objetivo foi mapear, entre os assassinatos com causas identificadas, quantos foram cometidos por impulso, em uma ação impensada de quem mata por motivo fútil. Os números foram divulgados juntamente com o lançamento da campanha.


No Rio de Janeiro, de janeiro de 2011 a setembro de 2012, uma em cada quatro mortes com causa identificada (26,85%) está na macrocategoria “impulso mais motivo fútil”.

Arrependimento, segundo o presidente do CNMP, Roberto Gurgel, os homicídios por impulso “são crimes dos quais na maioria das vezes, o autor se arrepende no momento seguinte ao disparo do tiro”. De acordo com a coordenadora do Grupo de Persecução Penal da Enasp, Taís Ferraz, o alvo da pesquisa foram os homicídios que ocorrem em função da banalização da violência, da falta de tolerância, da ação impensada no momento da raiva. “São casos, muitas vezes, de pessoas que nunca haviam matado antes, e, por perderem a cabeça numa situação de conflito, cometem o crime”, disse Taís.


Mensagens da campanha, entre elas “Quem é da paz não briga”, “A raiva passa. A vida fica”, e “Sua vida vale mais que qualquer briga”, estão sendo veiculadas pelas principais emissoras de televisão e rádio do pais, além de anúncios em jornais, revistas e na internet. Uma cartilha, feita em parceria com o Ministério da Educação, vai orientar professores sobre como tratar o assunto violência em sala de aula.

Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp