12/08/2018 às 10h33min - Atualizada em 12/08/2018 às 10h33min

Candidatos surfam na onda marqueteira de Maricá


[gallery columns="1" size="full" ids="167386"] O GLOBO - Na década de 1970, a cantora Maysa elegeu Maricá para viver isolada, em sua casa de praia. Desde então, a cidade a 60 quilômetros do Rio, que ocupa a 289ª posição no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano, segundo o “Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil”, nem sempre esteve no foco das atenções dos políticos. Este ano, alguns dos candidatos ao governo do Estado do Rio escolheram o município para dar o pontapé inicial em suas campanhas. Indio da Costa (PSD) terá agenda em Maricá dia 15; e Romário (Podemos) e Márcia Tiburi (PT), dia 16. Há dois anos, Maricá ganhava os holofotes após uma conversa do então prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM) — agora candidato ao governo —, com o ex-presidente Lula. No áudio revelado pela Lava-Jato, Paes chamava Maricá de “merda de lugar”, numa gafe política agora lembrada pelos adversários. O ex-prefeito se desculpou com os moradores e compôs até samba para a cidade. De acordo com o cientista político e professor da UFRJ Paulo Baía, Paes é o principal alvo dos adversários porque tem uma frente eleitoral poderosa, com muito tempo de televisão, capilaridade devido às máquinas políticas e grande potencial de crescimento da candidatura. — Maricá não é nenhum colégio eleitoral definidor de eleição, mas passou a ser um símbolo de uma frase infeliz, discriminatória, do Eduardo Paes. Como ele está bem nas pesquisas, em segundo lugar, os demais candidatos procuram atacá-lo. É um oportunismo com cálculo de marketing — analisa. O último a surfar na onda de Maricá foi Romário, que fechou aliança com o deputado federal Marcelo Delaroli (PR), ex-policial militar que tem Maricá como base. Depois do acordo, Romário publicou uma foto nas redes sociais vestindo uma camisa com a inscrição “Eu amo Maricá”. Paes respondeu postando uma imagem sua ao lado do prefeito da cidade, Fabiano Horta (PT), que foi seu secretário na Prefeitura do Rio. — Independentemente do meu vice, sempre tive um carinho especial por Maricá; não estou falando nem como morador do estado e cidadão fluminense, mas como senador. Se você for ver as minhas emendas, estou sempre pensando nas cidades do interior — disse Romário. O senador propôs duas emendas especificamente para Maricá. A primeira, em 2015, destinava R$ 200 mil para estruturação da rede de serviços de atenção básica de saúde na cidade. Em 2017, outra reservava R$ 1 milhão para desenvolvimento de atividades de apoio a projetos de educação, esporte, lazer, inclusão social e legado social. Procurado, Paes não comentou o assunto. Sua assessoria informou que ele não se sente constrangido de fazer campanha em Maricá e ainda não definiu a agenda. O ex-governador Anthony Garotinho (PRP) também não estabeleceu a data, mas fará campanha na cidade. Maricá, que, em 2010, tinha população de 127.461 pessoas (com pouco peso eleitoral, em um estado com cerca de 17 milhões de habitantes), já ultrapassa Macaé nos royalties de petróleo: este ano, de janeiro a junho, a soma é de R$ 625 milhões. Com os recursos dos royalties, foram implantadas obras e iniciativas na cidade. O presidente regional do PT no Rio, Washington Quaquá, que foi prefeito por dois mandatos e hoje é candidato a deputado federal, implantou em sua gestão, por exemplo, ônibus gratuitos vermelhos e um hospital municipal chamado Dr. Ernesto Che Guevara (ainda em construção), além de cartão social e infraestrutura.
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