18/10/2018 às 13h14min - Atualizada em 18/10/2018 às 13h14min

Partidos da Frente de Esquerda de Maricá fazem manifesto contra o presidenciável Jair Bolsonaro


Os partidos políticos: PC do B, PSOL, PT e PDT,  todos com diretórios constituídos em Maricá emitiram um manifesto afirmando a união das respectivas legendas para a criação, segundo eles, de uma 'Frente Antifascista', que una o campo progressista da cidade, tendo o compromisso de alertar os cidadãos maricaenses do perigo que a eleição de Jair Bolsonaro representa para o país, em especial para os trabalhadores, para as minorias sociais e para os mais pobres. "- É preciso que o eleitor tenha plena consciência de qual é o projeto de país defendido pelo candidato em questão. Sendo assim, destacamos alguns pontos graves desta que consideramos a candidatura do ódio e do retrocesso", diz o início do manifesto. Veja o manifesto emitido pela "Frente de Esquerda de Maricá" 1)  A equipe econômica escolhida por Jair Bolsonaro pretende implementar uma Reforma da Previdência idêntica à que Michel Temer não conseguiu aprovar. Essa reforma pune de modo cruel todos os trabalhadores e os servidores públicos comuns, fazendo com que, progressivamente, todos tenham de contribuir ininterruptamente por 49 anos para obterem aposentadoria integral. Do mesmo modo, essa proposta não elimina os privilégios do alto escalão do Poder Judiciário ou diminui as regalias do Poder Legislativo, como também não mexe nas pensões de filhas de militares, que consomem mais de R$ 5 bilhões do orçamento público. 2) O chefe da equipe econômica de Jair Bolsonaro, o economista Paulo Guedes, investigado por fraudes bilionárias em fundos de pensão, pretende revisar a tabela do Imposto de Renda, com a aposta em um modelo que aprofunda ainda mais as desigualdades e penaliza, principalmente, a classe média. Por essa proposta, estariam isentos do Imposto de Renda os trabalhadores que ganhem até 5 salários mínimos, algo em torno de R$ 5 mil atualmente. Acima desse valor, todos pagariam, indistintamente, uma alíquota de 15%. É justo um trabalhador com rendimento de R$ 6 mil ser tributado da mesma forma que um juiz do STF que tem um salário de mais de R$ 35 mil, por exemplo? 3)  O candidato Jair Bolsonaro defende a implementação gradativa da educação à distância, desde o Ensino Fundamental, segundo ele mesmo, para reduzir custos e diminuir o marxismo nas escolas. A proposta, além de ridícula, é absurda. A educação básica brasileira precisa de mais investimentos em infraestrutura e valorização de seus profissionais. Os melhores resultados alcançados em avaliações do ensino foram obtidos por instituições da rede federal, com notas superiores às alcançadas por escolas privadas. Nessas instituições federais, o ensino é presencial, é integral e o corpo docente tem melhores condições de trabalho, o que explica os bons resultados. 4) Jair Bolsonaro já se manifestou, em diferentes ocasiões, sobre o orçamento destinado às universidades públicas federais. No seu entendimento, o governo gasta muito com as instituições de ensino superior. Por isso, ele propõe uma diminuição de investimentos e se mostra favorável à cobrança de mensalidades e a uma maior atuação da iniciativa privada nesse campo, o que levaria, gradativamente, a um processo de privatização e ainda mais elitização desses espaços. Infelizmente, essa visão tem ganhado força em alguns setores da sociedade, o que mostra uma total ignorância a respeito da grande importância das universidades públicas brasileiras para o nosso país e também para o mundo, tendo em vista que são essas instituições os maiores polos científicos e produtores de conhecimento e de pesquisa do Brasil, responsáveis por garantir papel de destaque para o país no cenário internacional. 5) O candidato Jair Bolsonaro, em seu mandato de deputado, votou a favor da Reforma Trabalhista, que causou a perda de direitos importantes da classe trabalhadora e não gerou os alardeados milhares de empregos que a sua aprovação prometia. O mesmo Jair Bolsonaro votou a favor do Congelamento de Gastos em Saúde, Educação e Segurança por 20 anos. Votou contra a Lei das Domésticas e se absteve na votação que aprovou a Terceirização irrestrita, medida que precariza ainda mais as condições de trabalho dos brasileiros. 6) O candidato a vice-presidente da chapa de Bolsonaro, general Mourão, deu declarações infelizes contra o 13° e as férias remuneradas, além de ter se manifestado de modo preconceituoso em relação às populações negra e indígena e em relação às mães e avós solteiras, chamando seus filhos e netos de desajustados. "- Expostas essas questões, salientamos nossa luta, apesar das diferenças programáticas que temos em Maricá, pela eleição de Fernando Haddad, ex-Ministro da Educação que garantiu grandes avanços para o país em sua gestão, como o SiSu, o ProUni e o Fies. Haddad também é ex-prefeito da cidade de São Paulo, premiado em diferentes oportunidades e reconhecido internacionalmente por sua gestão", diz outro trecho do manifesto. "- Por fim, repudiamos todos os atos de violência que têm tomado o país nos últimos dias, muitos desses atos legitimados pelo ódio a minorias e a quem pensa diferente, algo que não cabe em uma democracia ou em um Estado de Direito, embora tenhamos muito o que fazer para aperfeiçoá-los", finalizou o manifesto.
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