25/03/2019 às 08h25min - Atualizada em 25/03/2019 às 08h27min

Um ano após chacina em Itaipuaçu, polícia ainda não identificou mandante do crime


Os cinco jovens mortos dentro do condomínio.

A chacina de cinco jovens dentro de um condomínio do programa Minha Casa, Minha Vida em Itaipuaçu, distrito de Maricá, na Região Metropolitana do Rio, completa um ano nesta segunda-feira. De lá para cá, a Polícia Civil identificou e prendeu o autor dos disparos: João Paulo Firmino, um morador que integrava a milícia que explora a região. No entanto, a investigação concluiu que Firmino não agiu sozinho: ele só apertou o gatilho após receber a autorização de alguém, por telefone. Até hoje, entretanto, a polícia não sabe quem é o mandante dos crimes.

Desde junho do ano passado, João Paulo é réu na Vara Criminal de Maricá pelos cinco homicídios. Dois meses antes, ele foi preso por agentes da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG). O homem foi identificado graças aos depoimentos de duas testemunhas, que reconheceram João Paulo como o homem que mandou os jovens deitassem no chão da área de lazer do condomínio e atirou em suas cabeças e peitos.

O atirador entrou no condomínio num carro preto por volta das 5h48, e saiu depois das execuções, às 6h03. Segundo um dos depoimentos, antes de atirar, João Paulo teria feito uma ligação e informado ao interlocutor que “os dois estavam ali e havia mais três”. Antes de desligar, ele perguntou o que devia fazer. Então, fez os disparos.

— A investigação segue em andamento para identificarmos o interlocutor e desvendarmos a motivação — afirma Bárbara Lomba, delegada responsável pelo inquérito.

A principal linha de investigação aponta para um recado da milícia local, que tentava entrar no condomínio à época do crime, aos moradores. Uma das testemunhas relatou ter ouvido do atirador a seguinte frase após o crime: “Entra todo mundo, por aqui é a milícia, vou acabar com a bagunça do condomínio”. A polícia também investiga a participação de dois vigilantes que faziam a segurança do condomínio à época. De acordo com o inquérito, ambos colaboravam com a milícia e não compareceram ao serviço no dia do crime. Testemunhas afirmaram que alguns dos jovens consumiam drogas, mas não eram traficantes.

Foram mortos Sávio Oliveira, de 20 anos, Marco Jhonatan Silva Oliveira, de 17, Patrick da Silva Diniz, de 19, Matheus Bittencourt, de 18, e Matheus Baraúna, de 16. Sávio, Matheus e Marco faziam parte da Roda de Rima, projeto da prefeitura que estimulava o ensino de música e dança para crianças. As aulas aconteciam numa quadra, ao lado da churrasqueira do condomínio Carlos Marighella, onde eles foram executados. Na madrugada em que foram mortos, os jovens tinham acabado de voltar do show do rapper Projota.

No dia em que foi preso, João Paulo admitiu que era agiota — emprestava dinheiro, cobrando juros de 10% —, mas negou integrar uma milícia. Com ele, foi apreendida uma pistola sem registro. Segundo os depoimentos das testemunhas que identificaram o atirador, João Paulo chegou a trabalhar como frentista no posto de gasolina próximo ao condomínio antes de entrar para a milícia. Depois, passou a andar com “carrões e motos esportivas”.

As informações são do Jornal Extra

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