31/05/2019 às 08h46min - Atualizada em 31/05/2019 às 08h46min

Ex-velejadora, arqueira de Maricá é revelação do Time Brasil para os Jogos Pan-americanos 2019

Yahoo Esportes - Se os traços no rosto ainda são de menina, basta trocarmos algumas palavras com Ana Luiza Sliatchicas Caetano para notar que estamos diante de uma mulher à frente de seu tempo. Com apenas 16 anos, Lulu, como é conhecida entre os mais próximos, acumula experiências nos mais variados campos de atuação: veleja desde criança, é autora de dois livros e integra a seleção brasileira adulta de tiro com arco. Isso sem contar os treinos de kung fu, as aulas de inglês e a participação nas Olimpíadas de Matemática.

Com uma formação diversificada e muitos talentos, ela terá a oportunidade de apresentar alguns de seus predicados ao torcedor brasileiro nos Jogos Pan-americanos Lima 2019, onde será uma das atletas mais jovens a integrar a delegação nacional.

“Nunca imaginei que as coisas fossem acontecer tão rápido para mim. Foi uma grande surpresa”, diz a arqueira, natural de Maricá (RJ), que conheceu o esporte há apenas cinco anos.

Mas para entender como essa adolescente atingiu o status de uma das melhores atletas do país na modalidade, é preciso retomar sua trajetória esportiva, que começa aos sete anos, no Rio Yacht Club, em Niterói (RJ), quando Lulu conheceu a vela. Após passar alguns meses observando o irmão João navegar pela Baía de Guanabara, decidiu ingressar no mundo náutico e, com seu barco-escola (classe Optimist), abriu-se para o mundo.

“A vela me possibilitou viajar por todo o litoral brasileiro e conhecer pessoas de vários lugares. Aos 12 anos, disputei a minha primeira grande competição, que foi também a minha primeira viagem ao exterior e a primeira vez que fiquei longe da família. O esporte ampliou a minha visão de mundo, permitindo um contato com a natureza e um envolvimento com questões ambientes”, explica a atleta, que se tornou vegetariana aos dez anos.

Sua determinação e disciplina impressionaram desde cedo. Movida pela vontade de alcançar melhores resultados, Lulu abria mão das festas de aniversário dos amigos e familiares para passar mais tempo na água. Quando o “sumiço” começou a gerar questionamentos, ela decidiu colocar no papel o que sentia ao velejar.

“Eu tinha um diário de bordo para contar o que acontecia nos campeonatos e achei que dessa forma conseguiria dividir com os amigos e familiares o meu amor pelo esporte. Só que o meu avô conhecia uma editora, que amou meus textos e decidiu publicar um livro.”

O sucesso de Bons Ventos: Diário de Aventuras Iradas rendeu-lhe diversos convites de escolas, inclusive de outras cidades, para falar sobre o livro. Ao longo desse périplo, visitou colégios de Niterói, Rio de Janeiro, Maricá, Campos e Brasília.

“Foi surreal dar palestras para gente mais velha do que eu. Era muito legal ouvir as crianças dizerem que gostaram do livro e que começaram a velejar por minha causa. Cheguei a participar da inauguração de um projeto em Brasília, com o auditório lotado. Fui de avião, com tudo pago, e ainda levei a minha família junto, graças ao meu trabalho.”

Mas sua experiência no meio editorial não parou por aí. Após uma de suas palestras, recebeu novo convite: escrever um livro paradidático, diferente do modelo tradicional, que tornasse a leitura mais agradável para as crianças. Foi assim que nasceu Eureka, que aborda, entre outros assuntos, os valores olímpicos, o folclore brasileiro e a conscientização ambiental. Para coroar a ótima impressão deixada por suas obras, Lulu ainda foi chamada a integrar uma mesa-redonda no principal evento literário do país, a Flip, em Paraty.

“No primeiro ano, fui à festa incentivada pelos meus pais, mas sem entender muito o que estava acontecendo. Na edição seguinte, por já ter feito contato com vários autores, recebi esse convite, só que eu tinha um campeonato na mesma data. Então, para que eu pudesse participar do evento, eles anteciparam a organização de uma regata para a véspera da Flip”, conta Lulu, referindo-se à Regata do Instituto Náutico Paraty, realizada anualmente em parceria com a Flipinha, voltada ao público infanto-juvenil.


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