O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) veio à cidade na manhã desta quinta-feira, 5, para acompanhar a operação de abertura do canal da Barra. E o biólogo João Arthur, profissional do órgão, deu uma entrevista para o LSM.
O biólogo explicou que a abertura do canal traz diversos benefícios para a região, pois previne que os alagamentos aconteçam, baixando o nível da água, que está em excesso, além de trazer renovação e oxigenação das lagoas. Na beira do canal, já é possível ver diversos peixes entrando.
João Arthur comparou a intervenção no canal da Barra à outra, realizada na Lagoa Rodrigo de Freitas, e afirmou preferir a solução adotada por Maricá. No caso da Lagoa, mesmo com a instalação de uma comporta mecânica fixa, não é possível controlar a mortandade de peixes, além de existir a dificuldade de operar o maquinário e de manter os custos da manutenção. Já aqui, o sistema lagunar é excepcional, e a medida provisória supre bem a necessidade da região.
O representante do Inea parabenizou Maricá pela ação, pois, de acordo com ele, se fosse esperar pela iniciativa do Estado para a abertura emergencial, iria demorar muito tempo.
"O trabalho realizado aqui hoje é fundamental. Não deixou alagar a cidade, está fazendo uma renovação da água da lagoa, vai entrar peixe. Maricá está numa posição boa, e sem precisar dos recursos do estado."
Muitos moradores perguntaram à nossa equipe, durante transmissões ao vivo, o motivo de não construir uma abertura permanente. O biólogo explicou que , para manter aberto o canal, é necessário fazer um estudo de impacto ambiental, e levantar informações de até dez anos atrás, para conseguir calcular a largura e profundidade necessárias. A solução é viável, segundo João Arthur, desde que sejam feitos estudos técnicos adequados para tal. Além disso, esse tipo de licenciamento compete ao estado autorizar.
O profissional também comentou sua opinião pessoal acerca do licenciamento da obra atual.
"Para não haver um problema maior para a população, a Prefeitura abriu a boca do canal para o mar, e o Inea está acompanhando o serviço. Quando baixar a cota, a Prefeitura vai fechar de novo o canal. Se for necessário de abrir novamente, tem os recursos para isso, basta executar o serviço, nos avisar, e o órgão vem acompanhar, não há necessidade de um licenciamento de anos para ser autorizado. É algo pontual, emergencial e só vai beneficiar a população. Esta é a posição que eu tenho, particular, não é a posição oficial do Inea", pontua o biólogo.