04/05/2020 às 13h33min - Atualizada em 05/05/2020 às 09h19min

Maricá: Clube da 2ª divisão pede suporte financeiro da CBF

LSM - Equipes de 2ª divisão dos estaduais se juntaram para pedir um suporte financeiro ao time e aos jogadores a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), pois alegam ter mais dificuldades que os demais para lidar com a crise provocada pelo novo coronavírus. Uma das equipes é o Maricá Futebol Clube.

Em carta assinada por 210 dirigentes das equipes, eles solicitam um auxílio no valor de R$ 100 mil para cada, isenção de taxas com as Federações e também que a entidade realize um acordo com o Governo Federal para que os atletas recebam o auxílio emergencial.

O documento foi endereçado ao presidente da CBF, Rogério Caboclo, e afirma que os clubes de divisões inferiores dos campeonatos estaduais estão em situações ainda mais precárias. Na carta, os dirigentes dessas equipes também questionam o auxílio somente para as equipes das Séries C e D, alegando que todos os times contribuem com as taxas das federações.

Até aqui, a CBF contribuiu com as 20 equipes da Séries C com um valor de R$ 200 mil para cada clube, enquanto que os 68 da Série D receberam R$ 120 mil. Quem disputa a Série A1 do Brasileiro de Futebol Feminino, foi destinado um valor de R$ 120 mil para cada equipe. Já na Série A2, a entidade destinou um valor de R$ 50 mil. Por fim, a CBF também enviou R$ 120 mil para cada federação estadual.

Confira, na íntegra, a cara enviada pelos clubes da 2ª divisão estadual para a CBF:

A/C Presidente da CBF - Confederação Brasileira de Futebol
Sr. Rogério Caboclo.

Senhor Presidente:

Em consenso através de lideranças definidas em todos os estados da Nação, com exceção daquelas que não possuem disputas estaduais de série B, nós presidentes dos clubes abaixo anexados a esta carta acordamos: é nítido e transparente os efeitos da crise sanitária /econômica causada pela pandemia do COVID-19, gerando reflexos em todos os seguimentos da sociedade, entre eles o futebol profissional.

Contudo, recebemos com surpresa a notícia de que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) resolveu socorrer determinados clubes, mas se esqueceu de ajudar os clubes pequenos, justamente aqueles que mais precisam de um socorro neste momento.

Neste diapasão, entendemos que a situação caótica vivenciada atinge a TODOS os clubes do Brasil e não apenas aos clubes que disputam as divisões do campeonato brasileiro organizado pela CBF.

Muito mais necessitados são os clubes pequenos, aqueles que possuem menos espaço na mídia e por consequência menos apoio financeiro e menos patrocínios.

CONSIDERANDO que os clubes brasileiros vêm sendo parceiros na prevenção e combate ao coronavírus, e consequentemente na preservação da vida e assim permanecerão, adotando medidas baseadas na ciência e seguindo orientação da Organização Mundial de Saúde – OMS, Secretarias de Saúde, profissionais de saúde,autoridades governamentais, sanitárias e das entidades de administração do desporto;

CONSIDERANDO que os clubes brasileiros de segunda divisão de todos os estados do Brasil, que estão disputando ou ainda irão disputar os seus respectivos estaduais, estão com suas atividades paralisadas e são responsáveis por mais de 15000 (quinze mil) postos de trabalho diretos no país.

CONSIDERANDO que em razão da paralisação, todos os clubes deixaram de receber a maior parte de suas receitas decorrentes de rendas de patrocinadores, investidores e bilheterias, inviabilizando as atividades dos clubes, e

CONSIDERANDO, por fim, a acertada medida tomada pela CBF em contribuir financeiramente com os clubes Brasileiros das séries C e D do campeonato brasileiro, Séries A1 e A2 do campeonato feminino e mais auxílio de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) parta cada federação estadual de futebol;

Para os clubes das segundas divisões estaduais, a crise financeira que assola o mundo neste momento atinge-os com muito mais força, pois seus escassos recursos se minguaram, ante as dificuldades enfrentadas pelos poucos patrocinadores que ainda os contemplam.

Entendemos que somos merecedores de uma ajuda da entidade maior do futebol nacional neste momento, pois somos filiados à CBF e recolhemos nossas taxas e obrigações em prol da mesma, assim como todos os demais clubes que já foram contemplados, motivo pelo qual não aceitamos essa discriminação, onde se contempla quem menos precisa e se pretere os que mais necessitam, deixando assim os clubes das segundas divisões estaduais entregues a sua própria sorte, sem qualquer auxilio, como se quisessem apenas aguardar o nosso desaparecimento.

As federações estaduais não possuem recursos para socorrer os clubes num momento com este. É preciso que a CBF assuma esse papel e cumpra seu dever de fomentar o futebol, prestando auxílio aos clubes que mais precisam. Além dessa ajuda direta, entendemos também que a CBF deve ser protagonista neste momento e liderar um movimento para que os clubes de futebol possam ser contemplados pelas atitudes propostas pelo Governo Federal visando auxiliar financeiramente as empresas brasileiras.

Se faz necessário um auxílio financeiro para os clubes de modo a garantir o trabalho das pessoas empregadas pelos mesmos. Independente da condição jurídica de empresa ou de associação civil, os clubes precisam estar contemplados em todos os programas de incentivo a manutenção do emprego do governo federal.

Desta forma, considerando que a Confederação Brasileira de Futebol reconheceu a necessidade de auxiliar os clubes neste momento de dificuldade mundial causado pela pandemia do Covid19, vimos através desta, requerer as seguintes reivindicações:

  1. Que seja estendido para os clubes das segundas divisões dos estaduais, devidamente inscritos e ativos junto a suas federações, o AUXÍLIO FINANCEIRO concedido pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), sendo para estes clube um aporte no valor de R$ 100 mil (cem mil reais), para atender a situação de emergência pela qual passam nossos atletas, funcionários, comissão técnica e seus familiares, como também fazer face às despesas atinentes aos contratos em vigência, evitando que venhamos declarar falência e encerrar as atividades em consequência da inadimplência e das respectivas causas trabalhistas, já que atualmente restam inviabilizados os pagamentos aqui apresentados.
  2. Que a CBF determine as Federações Estaduais que estendam, para este período de dificuldades/para este ano atípico, A ISENÇÃO DE TAXAS cobradas pelas mesmas, da mesma forma como a própria CBF assim já o fez.
  3. Que TORNE FACULTATIVA A CONTRIBUIÇÃO PARA A FAAP (Federação das Associações dos Atletas Profissionais), tendo em vista que tal exigência trazida pela Lei n. 9.615/98, chamada Lei Pelé, deixou de existir com a edição da Lei 13.467/17, conhecida como Lei da Reforma Trabalhista, onde a contribuição sindical perdeu a sua obrigatoriedade e passou a ser facultativa.
  4. Que a CBF leve ao Governo Federal proposta para que os clubes de futebol sejam CONTEMPLADOS NOS PROGRAMAS DE INCENTIVO ao emprego e qualquer outro tipo de fomento já realizados e que venham a ser realizados pela União, Estados e Municípios em prol das pessoas jurídicas neste momento. Este documento foi redigido com o consenso e apoio dos clubes abaixo relacionados, bem como também assinado pela comissão que ora representa os mesmos. Certo de um retorno positivo, agradecemos antecipadamente.

Rio de Janeiro, 27 de abril de 2020.


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