LSM- Policiais Militares do Programa Estadual de Integração na Segurança (PROEIS) trocaram tiros e balearam um ‘suposto suspeito’ na madrugada deste sábado, 6, na Avenida Antônio Callado, em Bambuí, na Região Rural de Maricá. Vítima é um oficial da PM que não reconheceu a pick-up descaracterizada usada pelo PROEIS e acreditou que era um assalto.
O caso aconteceu por volta de 0h30, próximo à Praça de Bambuí. De acordo com levantamento feito pelo LSM, uma equipe do PROEIS fazia patrulhamento pela Estrada de Bambuí quando tiveram a atenção voltada para um veículo Ford Ka com insufilme que teve a velocidade aumentada ao percebeu a aproximação da viatura. Os Militares tentaram realizar a abordagem, mas foram recebidos a tiros pelo motorista do Ford. Em seguida, iniciou-se uma perseguição, que percorreu por quase dois quilômetros.
Já próximo à praça do bairro, o suspeito que dirigia o veículo, parou o carro e atirou novamente contra a viatura. Os Policiais revidaram e houve confronto. Durante a troca de tiros, o suspeito foi atingido na perna e
rendido pelo PMs . Nesse momento, o suspeito se identificou com um policial.
Os PMs se aproximaram, constataram que o suposto suspeito, na verdade, era um Tenente da PM aposentado que havia confundido a pick-up sem giroflex e sem sirene – usada como viatura do PROEIS – acreditando que se tratava de uma tentativa de assalto e por esse motivo, atirou. A sua esposa também estava no veículo, mas não se feriu.
A vítima, identificada como Alberto Carlos de Souza, foi socorrida pelos PMs e levada para o Hospital Municipal Conde Modesto Leal, no Centro de Maricá. Na Unidade Hospitalar, o oficial aposentado foi para a cirurgia. O quadro de saúde é considerado estável.
O caso foi registrado na Delegacia de Maricá (82ª DP). Na Unidade Policial, o fato foi caracterizado por legítima defesa de ambos envolvidos, ainda assim, os PMs tiveram as armas apreendidas e um inquérito foi aberto.
VIATURA DESCARACTERIZADA
Desde dezembro do ano passado, quando houve a chegada dos novos carros – pick-up Mitsubishi L200 – que passaram a ser usados como viatura do programa de reforço policial - através de um convênio entre o Estado e prefeitura - os agentes se mostravam insatisfação e pontuavam reclamações por conta da descaracterização dos veículos.
Os agentes chegaram a se mobilizar para uma paralização de dois dias naquele mês. Para os PMs, o fato da viatura não possuir sistema de iluminação (giroflex) e sistema sonoro (sirene), além de pintura incompatível com a da corporação, adesivos e decalques não demonstrativos, entre outros detalhes, atrapalham no desempenho do serviço policial, e dá margem para tal confusão.
De acordo com relatos de agentes ao LSM – que não quiseram se identificar, por medo de represália – a ausência dos equipamentos característicos de uma viatura, impedem, por exemplo, de fazerem uma abordagem bem-sucedida.
“Para a gente fazer uma abordagem ao um veículo com elementos suspeitos, temos que colocar a mão para fora e/ou apertar a buzina, isso ridículo”. Disse um PM. “Muitas vezes, somos ignorados pelos motoristas, não por desobediência, mas por não saberem que se trata de uma viatura”. Complementou o outro.
Os policiais comentaram sobre o episódio ocorrido nesta madrugada. “Tragédia anunciada, insistência no erro. Não é de agora que é falado isso. O colega foi atingido na perna esquerda, e se fosse na cabeça, no peito...? Seria a morte de um PM nas costas do outro”. Relatou um agente. “Ainda terão que se explicar para a DPJM, o inquérito foi aberto. Isso, se não forem punidos”. Concluiu.
