14/05/2021 às 13h03min - Atualizada em 14/05/2021 às 16h10min

Jovens realizam manifestação contra o racismo no Dia da Abolição da Escravatura

LSM - Diversos movimentos jovens de Maricá se reuniram na tarde de ontem, 13, na Praça Conselheiro Macedo Soares, no Centro de Maricá, para realizar uma manifestação pacífica em prol dos direitos da população negra.

O protesto foi realizado por volta das 17 horas, no dia em que se completam 133 anos da abolição da escravatura.

De acordo com os jovens, apesar da escravidão ter sido abolida em nosso país, o povo negro foi abandonado à própria sorte, sem casa, comida ou estudo. E sofre até hoje as consequências dessa exploração, como o preconceito e a marginalização.

Confira a declaração dos manifestantes na íntegra:

"Foram 300 anos de escravidão. O Brasil foi o último país da América Latina a abolir a prática perversa, que deixou marcas sociais, físicas, psicológicas em toda uma descendência.
O povo africano sofreu todo tipo de atrocidade e submissão a trabalhos forçados. Trazidos em grandes embarcações precárias muitos morreram no caminho e mesmo em solo brasileiro de doenças, maus tratos e fome.
Os sobreviventes eram afastados de seus familiares, cultura e religião.
Movimentos abolicionistas cresceram e integravam os movimentos jornalistas, parlamentares líderes abolicionistas e de movimentos de rua. Associações se organizaram para comprar a liberdade dos escravizados da época. Finalmente em 13 de maio de 1888, a corte se viu obrigada a assinar a Lei que pôs fim às torturas físicas.
A tortura psicológica, contudo, continua até os dias de hoje com o racismo que impõe diferenças sociais que desrespeitam uma etnia.
Abandonados à própria sorte, muitos dos libertos sem ter casa e comida vagavam pelas ruas brasileiras.
O estudo foi negado através de lei. O povo preto sofreu duro preconceito que os acompanha até os dias atuais, onde podemos observar e constatar que a cor define o lugar e espaço na sociedade.
O Estado se faz Corte, defende os direitos dos grandes ruralistas descendentes dos escravocratas latifundiários, a Polícia não tem como intenção a proteção social mas sim a manutenção da ordem pública e dos mecanismos que fazem com que a estrutura oligárquica se mantenha, apesar de ser a maioria no país, ainda ocupamos cargos da base da pirâmide e quase nunca os de liderança e poder nos setores público e privado, explicitando a estrutura racista e sistémica, nos tornando vitimas de um país genocida que tira de nós o direito de existir. Sempre retratados como pessoas à margem da sociedade, bem como a história expõe com as leis dos vadios, continuando limitados socialmente a estes estereótipos, afinal o estado não nos vê quanto gente, tornando qualquer barbárie justificável como por exemplo o extermínio das 28 vidas na favela do Jacarezinho. Nesse não-lugar subjugado pela desumanização constante, continuaremos lutando para que possamos transformar a sociedade de maneira efetiva.


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