25/04/2013 às 03h22min - Atualizada em 25/04/2013 às 03h22min

Superlotação no Instituto Médico-Legal de Tribobó

Posto Regional de Polícia Técnico-Científica de São Gonçalo, em Tribobó, sofre com precariedade de estrutura e superlotação. Unidade atende demanda de São Gonçalo, Niterói, Itaboraí, Maricá e até mesmo do Rio.

[caption id="attachment_11851" align="alignleft" width="300"]
Parentes de vítimas de acidente reclamam que precisam aguardar dias pela liberação do corpo no IML de Tribobó.Foto: Marcelo Feitosa | O Fluminense

Parentes de vítimas de acidente reclamam que precisam aguardar dias pela liberação do corpo no IML de Tribobó.Foto: Marcelo Feitosa | O Fluminense

Parentes de vítimas de acidente reclamam que precisam aguardar dias pela liberação do corpo no IML de Tribobó.Foto: Marcelo Feitosa | O Fluminense[/caption]

Precisar dos serviços do Posto Regional de Polícia Técnico-Científica de São Gonçalo, localizado em Tribobó, tem se tornado um verdadeiro teste de paciência. Dos casos mais simples, como perícias de apreensão de drogas, aos mais complexos, como reconhecimento e liberação de cadáveres, já que no local também funciona o Instituto Médico-Legal (IML), o tempo de espera por atendimento pode ultrapassar cinco horas. Recentemente uma família precisou aguardar dois dias para conseguir liberar o corpo de um parente que morreu vítima de acidente de trânsito.

O auxiliar de carregamento Gabriel Amâncio de Assis, de 20 anos, morreu no último dia 8 após derrapar com a moto e ser atropelado por um caminhão na Estrada das Palmeiras, no Salgueiro, em São Gonçalo. No dia 10 pela manhã, a família ainda aguardava a liberação do corpo do rapaz. “O acidente ocorreu por volta das 17h de segunda. Hoje (quarta-feira), chegamos ao posto por volta das 8h. Às 11h ainda não tinham conseguido resolver os trâmites da liberação do corpo por problemas burocráticos do IML. O enterro estava programado para as 16h30, no Cemitério São Miguel, e não sei de dará tempo”, desabafou o pai da vítima, Francisco de Assis, motorista de ônibus, de 44 anos.

A denúncia da população é compartilhada por policiais militares e civis que também necessitam dos serviços do órgão. Um capitão PM lotado na 1ª CIA (Região Oceânica) revelou que o posto de Tribobó, além de atender a demanda das cidades de São Gonçalo, Niterói, Maricá e Itaboraí, também atende casos do Rio de Janeiro.

No último dia 9, segundo ele, por volta das 16h, cerca de 15 viaturas das polícias Civil e Militar ficaram estacionadas no pátio, enquanto os agentes aguardavam atendimento.  “Chegamos no posto por volta das 16h e quando saí de lá, perto das 20h ainda não tínhamos sido atendidos. Ou seja, ontem (dia 8) tivemos menos uma viatura patrulhando as ruas. O posto recebe uma demanda muito grande e não dá conta. Tudo de apreensão, prisão, tem que passar pela perícia, então é uma procura enorme para apenas um posto. Um serviço que levaria meia hora para acontecer acaba demorando cinco horas”, contabilizou.

O presidente do Conselho de Segurança de Niterói, Leandro Santiago de Barros, também critica o atendimento. “As condições do IML do Tribobó são de total desrespeito com a população. Há umas 3 semanas, após um acidente na Rua Francisco Portella, o perito teve de pegar carona no carro da PM porque não tinha carro pra fazer a perícia. Tem pessoas que ficam dois ou três dias pra conseguir a liberação do corpo. Os aparelhos estão quebrados e o mau cheiro toma conta dos arredores do IML”, denunciou, criticando ainda a localização, “num lugar ermo e mal iluminado”. “Não é de fácil acesso e se uma mulher for fazer um exame às 2 horas da madrugada, após ser estuprada, é possível que seja estuprada novamente no caminho, de tão perigoso que é o local”, avaliou.

Exoneração – No início do mês, a chefe de Polícia Civil, delegada Martha Rocha, decidiu exonerar a diretora do posto, a perita Martha Pereira, porque teria ficado constatada a demora no atendimento a uma jovem de 23 anos, vítima de estupro, quando ela foi fazer exame de corpo de delito no local. O novo diretor empossado é o perito criminal Marcelo de Mello Martins.

O diretor de Polícia Técnico-Científica do Rio, Sérgio Henriques, diz que o posto de São Gonçalo estava atuando com 16 peritos criminais, 11 peritos legistas e seis papiloscopistas, mas recebeu na última semana mais dois peritos legistas para reforçar a equipe. O diretor afirmou também que a unidade conta com três viaturas e que todas as manutenções necessárias para o funcionamento adequado do posto estão sendo realizadas.

O FLUMINENSE


Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp