18/08/2022 às 18h08min - Atualizada em 18/08/2022 às 18h03min

Recenseador do IBGE é vítima de racismo durante expediente no Centro de Maricá

Jade Carvalho - leisecamarica.com.br

 

O recenseador do IBGE, Fabiano dos Santos Gomes Batista, de 31 anos, foi vítima de racismo durante seu horário de expediente na noite desta quarta-feira, 17, no Centro de Maricá. 

 

O caso aconteceu por volta de 19h30, atrás do Shopping Boulevard. De acordo com informações, o homem estava trabalhando foi até uma residência para realizar uma pesquisa e foi recebido pelo proprietário do imóvel, que o atendeu de forma desconfiada e, em seguida, se recusou a responder o censo e chamou o funcionário de ‘macaco’.

 

“Ele me atendeu da janela e pareceu desconfiado. Disse que a gente não trabalhava a noite, quando eu disse que trabalhávamos sim, ele duvidou. Mostrei, de longe, o uniforme, boné, aparelho que usamos. E quando ele viu tudo gritou me chamando de macaco”, disse a vítima ao jornal ‘O São Gonçalo’.

Após a descriminação, o trabalhador chamou sua supervisora e, junto com a coordenadora, voltou até o local onde o fato ocorreu e acionou a polícia, que foi até o endereço e questionou o acusado, que prontamente negou as injúrias. 

 

"Ficou minha palavra contra a dele. E uma coisa me aborreceu muito, pois chegaram a falar que não ia dar em nada, pois eu não tinha testemunhas, mas nós do IBGE trabalhamos sozinhos. Nunca vamos ter testemunhas", explicou. 

 

A vítima ainda foi até a Delegacia de Maricá (82a DP) para registrar o caso como injúria racial, mas teme que o crime seja arquivado por falta de provas contra o acusado. 

 

"Se uma pessoa for à delegacia, me descrever e disser que eu sou o ladrão, a polícia me pega como acusado e me leva para a delegacia dizendo que sou ladrão. Um negro apontado como bandido vira bandido, mas um negro que é vítima, precisa de testemunha, precisa se explicar", desabafou.


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