O jornal paulista 'Folha de São Paulo' publicou uma matéria nesta quarta-feira (16) afirmando que o complexo portuário que será construindo em Jaconé ameaça rochas identificadas pelo naturalista britânico Charles Darwin, quando visitou o Brasil em 1832.
A repórter Denise Luna, contou a história de Darwin dizendo que aos 23 anos, quando visitou o Brasil em 1832, britânico encontrou no litoral do Rio de Janeiro as "beachrocks", rochas incomuns com mais de 4.000 anos. Passados 181 anos, Jaconé, a faixa de areia entre as praias de Ponta Negra e Saquarema que abriga a formação geológica, está prestes a mudar.
Segundo a repórter, a área turística e pesqueira no município de Maricá deve virar um complexo portuário com estaleiro para reparo de navios e um armazém para gás e petróleo montado em cavernas subterrâneas. A repórter diz ainda na matéria que um maciço de rochas será escavado para a construção dos quebra-mares, e os buracos deixados pelas pedras serão usados de reservatório.
De acordo com a matéria, para viabilizar o projeto da DTA Engenharia, a Câmara Municipal de Maricá aprovou na última segunda-feira (14) e retirou o status de área de proteção ambiental da localidade. Com a Petrobras, a DTA planeja fazer ali uma base para a produção de gás natural do pré-sal, a Rota 3, que abastecerá o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro). O projeto, de US$ 20 bilhões, usará o gás de matéria-prima para produtos petroquímicos, que seriam, então, exportados pelo porto.
A matéria afirma que os locais, onde será construído o posto, se torna agora área de interesse econômico, como ocorreu para viabilizar o porto do Açu, de Eike Batista, em São João da Barra.
O secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado do Rio de Janeiro, Júlio Bueno, em entrevista a Folha de São Paulo apoia o projeto. "Preocupo-me com as pedras de Darwin, mas me preocupo muito mais com emprego e renda das pessoas", afirma.