Seis pacientes transplantados no Rio de Janeiro receberam órgãos contaminados pelo HIV, em um caso inédito no Sistema Único de Saúde (SUS). O Ministério da Justiça confirmou que a Polícia Federal irá investigar o incidente, que foi revelado nesta sexta-feira, 11, pela BandNews FM.
A Secretaria Estadual de Saúde (SES-RJ) informou que os órgãos infectados vieram de dois doadores e estavam na fila de transplantes gerida pela SES-RJ.
As autoridades de saúde e jurídicas, incluindo o Ministério da Saúde, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), a Polícia Civil e o Conselho Regional de Medicina (Cremerj), estão acompanhando o caso. A falha no processo está ligada ao laboratório privado PCS Lab Saleme, contratado pela Fundação Saúde para realizar exames nos doadores.
LABORATÓRIO PCS LAB SOB INVESTIGAÇÃO
O laboratório responsável pelos testes, PCS Lab Saleme, firmou contratos com o governo do estado que somam R$ 17,5 milhões, sendo dois emergenciais e um, no valor de R$ 11 milhões, feito através de licitação.
Durante o processo de licitação, a capacidade técnica do laboratório foi questionada. Os sócios do laboratório possuem ligações familiares com o ex-secretário de Saúde do RJ, Dr. Luizinho, que, em nota, afirmou não ter participação na contratação do laboratório.
O serviço do PCS Lab foi suspenso após a revelação do caso, e o laboratório está interditado cautelarmente.
RESPOSTA DAS AUTORIDADES
O Ministério da Saúde garantiu que fornecerá apoio médico e psicológico aos pacientes e seus familiares. Além disso, ordenou que a testagem de doadores de órgãos no estado volte a ser feita pelo Hemorio, com o uso do teste NAT, desenvolvido pela Fiocruz. Uma auditoria urgente será conduzida no sistema de transplantes do RJ para investigar possíveis irregularidades na contratação do laboratório.
O Sistema Nacional de Transplantes, reconhecido pela sua segurança e transparência, seguirá sendo monitorado rigorosamente para prevenir novos incidentes.