A Polícia Federal prendeu o advogado Marcelo Carvalho Biache, acusado de formação de quadrilha e associação para o tráfico. De acordo com os investigadores, ele é um dos responsáveis pela lavagem de dinheiro de uma facção criminosa. Ele ajudava os criminosos a comprar casas em Maricá.
A operação denominada Rapala (isca para peixe grande) foi iniciada na segunda-feira. De acordo com o delegado Júlio Ribeiro, que coordenou a ação, o advogado Marcelo Carvalho Biache, além de defender os criminosos, aplicava o dinheiro do grupo em carros de luxo (ele tinha pelo menos quatro) e casas de veraneio na Barra e em Maricá.
- Ele não advogava simplesmente, ele orientava a quadrilha a dar destino legal ao lucro do tráfico. Ele fazia parte da organização e era o responsável pela contabilidade.
O advogado foi indiciado por formação de quadrilha e associação para o tráfico e levado para o Complexo de Gericinó. Cerca de 100 agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecente (DRE) do Rio e da PF de Macaé tentam cumprir 43 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão. Até o momento, quatro foram presos nas comunidades Malvinas e Nova Holanda.
Com as investigações, que começaram em 2010, 25 pessoas já foram presas. Os traficantes Anderson Rosa Mendonça, o Coelho, e Sandro Luiz de Paula Amorim, o Peixe, foram presos, inclusive, durante o andamento do inquérito. Eles eram comparsas de Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, e fugiam da Rocinha, em novembro de 2011, quando tentavam fugir da comunidade antes da ocupação da Polícia Militar para a implantação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).
Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) informou que irá instaurar um procedimento administrativo disciplinar que “investigará a falta de conduta e princípios éticos da profissão”. A OAB disse que a punição máxima é “a perda da carteira e o fim da atividade advocatícia”.
