O Lei Seca Maricá acompanhou mais um dia de tentativas fracassadas para retirar a traineira Sinal da Cruz, que encalhou na segunda-feira, 19, na Praia de Ponta Negra, em Maricá. Os trabalhos foram acompanhados por centenas de pessoas.
Técnicos da Coordenadoria Integrada de Combate aos Crimes Ambientais (Cicca) encontraram dificuldades para fazer a amarração do embarcação e concluir o içamento. Os trabalhos foram retomados na tarde deste sábado. Com o auxílio de mergulhadores, os cabos foram amarrados na embarcação. Dois rebocadores foram utilizados, mas de nada adiantou.
Segundo o coronel José Maurício Padrone, da Cicca, o eixo da traineira partiu por volta das 18 horas e o resgate não poderá ser realizado por mar, e será realizado por terra. "-Vamos realizar uma reunião na segunda-feira (26), para definir como vai ser feita a operação. Enquanto isso, a praia continuará interditada. O vazamento está controlado e a Petrobras está dando todo o suporte necessário nesta operação", diz.
Manchas de óleo puderam ser vistas ao redor da embarcação e técnicos da Petrobras disponibilizaram uma barreira de contenção fechando todo o canal, como já informado pelo LSM.
A embarcação tinha 26 metros de comprimento e cerca de oito mil litros de diesel. A operação para sua retirada começou na última sexta-feira, por volta das 8h, envolvendo cerca de 30 profissionais da Petrobras, além de agentes da Capitania dos Portos do Estado do Rio de Janeiro, Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Polícia Militar além da Coordenadoria Integrada de Combate aos Crimes Ambientais.
No momento da ação, a praia foi interditada aos banhistas para a realização das tentativas de retirada da embarcação. Próximo da região, dezenas de pessoas acompanham as atividades da Cicca. Com os trabalhos, o Projeto Botinho foi interrompido. Ao longo da semana, outras tentativas de retirada da embarcação foram realizadas, porém, sem sucesso.
Comerciantes que dependem do movimento da Praia para manter os comércios abertos já estão contabilizando prejuízos. Valdeci Costa, da Associação dos Pescadores, disse que em 50 anos foi o acidente marítimo mais grave que testemunhou. "Os barcos de fora vem pescar aqui prejudicando a gente e o meio ambiente. Já denunciamos várias vezes para o Inea e Polícia Ambiental mas não dá em nada" disse ele.
No Quiosque do Luiz, a proprietária Luciane Camargo também reclama: "Em plena temporada não estou conseguindo vender. Depois que o barco virou o cheiro de óleo na praia é insuportável e ninguém quer ficar aqui. Tive que dispensar duas funcionárias diaristas até que a situação volte ao normal".
O Sinal da Cruz, avaliado em mais de 2 milhões de reais, estava parcialmente coberto por seguro contra acidentes. Conforme um prestador de serviços da embarcação, o barco suportava até 120 toneladas com a carga completa. "Vi ele descarregar 80 toneladas de atum de uma só vez e agora está aí desse jeito. Era um barco lindo, o conves tinha mais de 6 metros de altura. A tripulação errou. Naquela noite tinham 6 barcos aqui. Só o Sinal da Cruz se aproximou das pedras e deu no que deu." lamentou.
Acompanhe o exato momento que a corda rompeu na tentativa de retirar o barco encalhado. Os vídeo foram gravados pelos internautas Pedro Almeida e Millena Martins.
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