25/01/2015 às 17h28min - Atualizada em 25/01/2015 às 17h28min

Governo não descarta racionamento de água no Estado do Rio de Janeiro

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Vista aérea das lagoas de Maricá.

Vista aérea das lagoas de Maricá.

Vista aérea das lagoas de Maricá.[/caption]

“Já falta água hoje, imagina com o Comperj? É certo que irá faltar muita água. Imagina com as centenas de milhares de pessoas que estão chegando em Itaboraí, São Gonçalo, Magé, Maricá e outras, devido ao complexo? ”, essa declaração foi dada pelo deputado estadual do Rio de Janeiro, Carlos Minc, no fim da tarde da última sexta-feira, após o secretário estadual do Ambiente, André Corrêa, pedir que a população do estado economize água.

Segundo Minc, em 2008 foi encomendada uma avaliação ambiental estratégica da licença do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), e foi constatado que para resolver o problema de recursos hídricos na região, a capacidade do sistema Imunana/Laranjal deveria aumentar 70%, passando de sete pra doze metros cúbicos por segundo. A construção do reservatório deveria ser feita pelo governo. No entanto, ainda de acordo com Minc, as conversas caíram no esquecimento.

André Corrêa falou ainda que o abastecimento de água para 75% da população no estado será garantido pelo volume morto do reservatório de Paraibuna nos próximos seis meses, mas, depois desse período, não está descartada a possibilidade de um racionamento no Rio de Janeiro, apesar de ser difícil. 

De acordo com o deputado Carlos Minc, a Companhia Estadual de Águas e Esgoto do Rio de Janeiro (Cedae), que é administrada pelo Governo do Estado, não está gabaritada para cobrar racionamento de água, tendo em vista que ela própria não o faz.

“A Cedae desperdiça cerca de 40% da água tratada do estado. Isso porque os tubos são velhos, estão furados e possuem baixa pressão. Dessa forma, eles não possuem moral para cobrar racionamento”, declarou Carlos Minc.

Porém o desperdício de água por parte da população também incomoda o deputado, que segundo ele, não sabe contabilizar em quanto, mas também acontece em grandes proporções. 

“Esse é outro problema que se soma. Isso por falta de campanhas de prevenção. Além disso, existem fatores que estimulam o desperdício, como por exemplo a taxa de consumo mínimo de 15 metros cúbicos. Se a pessoa usa 10 e sobra 5, ela lava o sapato, o quintal, seja o que for, com a água da Cedae, que poderia estar sendo racionada. Por isso é um absurdo cobrar o mínimo. As pessoas nunca irão gastar menos. O correto é cobrar o que é consumido. Outro ponto é não ter hidrômetro individual em condomínios, que possui um medidor por prédio. Ali se um desperdiça, o outro acha que também pode desperdiçar, pois não fará diferença”, falou.

Em 84 anos de medição do nível de reserva de água, André Corrêa ressaltou que o Rio de Janeiro convive com “a pior crise hídrica da história do Sudeste”. Ele destacou que o momento é crítico, mas não há motivo para desespero a ponto de a população adotar medidas como, por exemplo, a reserva de água desnecessariamente. Regulação da Cedae resolveria problemas

Carlos Minc ressaltou a importância da regulação da Cedae, tendo em vista que das 16 maiores empresas de água e esgoto do país, ela é a única que não possui órgão regulador.

“Desde 2008 eu luto por essa regulação e a empresa sempre resiste. Um órgão não gosto de ser controlado. É mais fácil e cômodo para eles permanecerem assim. Porém, a regulação é boa para o governo e para a população”, finalizou Minc.

Por Guilherme Peixe / A Tribuna


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