Quatro pessoas foram detidas ontem durante operação desencadeada em Itaboraí, São Gonçalo e Maricá. Suspeitos também podem estar envolvidos em roubo de cargas no Rio
Quatro suspeitos de roubo de carga e roubo de encomendas dos correios foram presos durante uma operação da Polícia Federal em São Gonçalo, Itaboraí e Niterói . Quadrilha foi presa após investigação de seis meses. Foto: André Redlich
Quatro pessoas foram presas nesta sexta-feira pela Polícia Federal na operação É Bom Ser do Bem. Os agentes desarticularam uma quadrilha de roubo a cargas dos Correios que atuava em São Gonçalo, Itaboraí e Maricá desde 2011. Os agentes continuam à procura de mais um bandido, identificado como Gordinho, que está foragido.
Entre os presos está uma advogada criminalista, com quem foi encontrado um revólver calibre 38. A mulher era uma das pessoas que dirigiam para a quadrilha e foi identificada porque em seu carro, utilizado nos roubos, estava estampado adesivo com a frase É Bom Ser do Bem, que inspirou o batismo da operação. Ela também defendia na Justiça parte do bando que foi presa ano passado.
De acordo com o titular da delegacia da Polícia Federal em Niterói, Hylton Coelho, a quadrilha roubava aparelhos eletrônicos - como câmeras, computadores e iPads (computadores em forma de prancheta) - comprados na internet e enviados pelas lojas virtuais via Correios.
Os ataques se intensificaram a partir de maio, culminando com uma greve de carteiros no mesmo mês. Outros movimentos por mais segurança também paralisaram a entrega de encomendas em outras regiões do Rio, no ano passado. "O bando é de São Gonçalo, onde existe uma intensa movimentação de cargas dos Correios e onde os integrantes da quadrilha moram. Ali ficava fácil roubar e levar para casa sem ter que se movimentar muito pela cidade. Como os caminhões não têm escolta, quem está com a carga é sempre o motorista e o carteiro, que não vão reagir", revelou Coelho, responsável pelas prisões.
A operação da Polícia Federal não recuperou mercadorias porque os mandados foram cumpridos no esconderijo dos bandidos e não onde as cargas estão escondidas. O valor do montante roubado também não foi informado. Segundo o delegado, só os Correios podem precisar o prejuízo. A delegacia de Polícia Civil de Roubos e Furtos de Carga também acompanha o caso.