30/04/2015 às 13h13min - Atualizada em 30/04/2015 às 13h13min

Iphan encontra seis sítios arqueológicos às margens da RJ-106, em Maricá

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Área demarcada: um dos sítios arqueológicos encontrados em Maricá - Alphaville / Divulgação

Área demarcada: um dos sítios arqueológicos encontrados em Maricá - Alphaville / Divulgação

Área demarcada: um dos sítios arqueológicos encontrados em Maricá - Alphaville / Divulgação[/caption]

As obras de um condomínio residencial às margens da Rodovia Amaral Peixoto (RJ-106), em Maricá, foram parcialmente interrompidas esta semana devido à descoberta de sítios arqueológicos dentro do terreno da construção, conforme noticiou o colunista do GLOBO Ancelmo Gois. De acordo com a assessoria arqueológica do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), foram encontrados seis sítios com alicerces de antigas construções do século XIX.

No entanto, segundo o Iphan, ainda não há subsídios suficientes para definir qual o tipo dos sítios. A construtora Alphaville, responsável pelo projeto do condomínio — que fica dentro de uma área de 690 mil metros quadrados —, terá três meses para elaborar um planejamento com medidas de salvamento, preservação e delimitação das áreas históricas encontradas. Só após esse período, serão feitas escavações e estudos mais precisos sobre as condições dos sítios.

De acordo com o professor do Departamento de História da Universidade Federal do Estado do Rio (UniRio) Ricardo Sales, a região de Maricá concentrava muitas fazendas de cana-de-açúcar e café, com grande importância na primeira metade do século XIX:

— As construções podem ser das casas principais, das instalações produtivas e até mesmo das senzalas. Só mesmo um estudo arqueológico poderá precisar. Ao longo da segunda metade do século, essa área, que tinha povoamento mais antigo, foi perdendo importância, pois o eixo comercial da província foi transferido para o Vale do Paraíba, local onde as fazendas de café tiveram o seu auge — explica Ricardo.

As obras no entorno dos sítios serão retomadas apenas depois que o Iphan autorizar o plano de recuperação. A construção dos 588 lotes residenciais e oito comerciais, além das estruturas de lazer do condomínio, terá de contar, ainda, com a supervisão de um arqueólogo, com o objetivo de monitorar a região e evitar impactos negativos sobre as estruturas históricas.

A construtora Alphaville informou que a verificação de sítios arqueológicos durante as obras é uma situação já vivenciada em outros empreendimentos da empresa e que isso nunca prejudicou o andamento das operações. Segundo a companhia, no Espírito Santo, por exemplo, por meio de uma parceira com o Iphan, a Fundação Alphaville montou uma exposição arqueológica permanente com os achados no condomínio Alphaville Jacuhy. Em Maricá, a partir dos resultados obtidos dos novos estudos, também será feito um programa de educação patrimonial para os moradores da região.

O GLOBO


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