04/02/2016 às 20h43min - Atualizada em 04/02/2016 às 20h43min

Itaipuaçu: Pais de Luiz, com microcefalia, lutam contra o preconceito

Sem recursos, família de Itaipuaçu depende de doações.

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Luiz Philipe nasceu com microcefalia Foto: Daniel Castelo Branco / Agência O Dia

Luiz Philipe nasceu com microcefalia Foto: Daniel Castelo Branco / Agência O Dia

Luiz Philipe nasceu com microcefalia
Foto: Daniel Castelo Branco / Agência O Dia[/caption]

Faltavam 15 minutos para às 21h, de 28 de dezembro de 2015, quando Pollyana Rabello, de 27 anos, deu à luz um menino, na maternidade do Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói. Na sala de parto, a enfermeira levou o neném aos braços dela e deu a má notícia: “Mãezinha, seu filho nasceu com microcefalia”.

“Não fiquei com raiva do mundo e nem briguei com Deus”, lembra Pollyana, moradora de Itaipuaçu, em Maricá, na Região Metropolitana. “Fiquei foi muito assustada. Não sabia o que ia acontecer, tinha muito medo do meu bebê morrer”, diz.

Passados dois meses, o medo da mãe de Luiz Philipe agora é outro: “É o jeito que as pessoas vão tratar ele. O preconceito é muito grande. Isso me apavora. Teve uma menina que postou no Facebook que crianças com microcefalia são parentes de ET”, desabafa a mãe, angustiada.

A preocupação de Pollyana é a mesma de milhares de mães. O Ministério da Saúde divulgou ontem novos dados sobre a microcefalia no país. Dos 3.670 casos suspeitos (208 no Estado do Rio), 404 foram confirmados. A relação da síndrome com o vírus Zika aparece em 17 deles. Pollyana, cujos dois primeiros filhos nasceram saudáveis, desconfia do mosquito. “No oitavo mês da gravidez, tive uma virose, não sei se foi Zika, os exames não ficaram prontos”, diz.

A exemplo de outras mães pobres e mal orientadas, não fez o pré­natal. “Fiz uma ultrassonografia no sétimo mês e não acusou nada”. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera 32 centímetros como medida padrão mínima para a cabeça de recém­nascidos. Luiz Philipe nasceu com 26cm. “Na consulta mediram e ele agora está com 28cm. Tenho esperança de que com tempo ele vai se desenvolver mais”, acredita.

Luiz Philipe está sendo acompanhado pelo Instituto Fernandes Figueira (IFF), da Fiocruz. Enquanto não consegue uma clínica de fisioterapia, a mãe tenta estimular o bebê. “Fico esticando as perninhas e bracinhos, para não atrofiar pois ele fica muito encolhidinho; mostro coisas coloridas e observo se ele acompanha com os olhos; faço barulho perto do ouvido para ver se ele olha para o lado. Ele tem reagido bem a esses estímulos”, diz a mãe, que não vê muita diferença entre a criação de Luiz Philipe e dos outros filhos. “Só física. Fora isso, o choro é o mesmo, a fome é a mesma. Ele é bastante fominha. Tudo que uma criança faz, ele faz”, conta a mãe, que não perde a esperança de ver o filho correndo, pulando e brincando.

A família de Luiz Philipe é muito pobre. Vive em uma casa de quarto e cozinha. Eles não têm banheiro; quando precisam vão à casa de parentes. O pai de Luiz Philipe, Misael Júnior, 21, vive de biscates. Solidários, taxistas de Niterói estão recolhendo fraldas e latas de leite para o bebê, na esquina da Rua Tiradentes com Visconde de Moraes, no Ingá.

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O DIA

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Ao lado do marido, Misael, e do filho mais velho, Pollyana Rabello conta com a ajuda de donativos como fraldas para cuidar do pequeno Luiz Philipe que nasceu com a doença Foto: Daniel Castelo Branco / Agência O Dia

Ao lado do marido, Misael, e do filho mais velho, Pollyana Rabello conta com a ajuda de donativos como fraldas para cuidar do pequeno Luiz Philipe que nasceu com a doença Foto: Daniel Castelo Branco / Agência O Dia

Ao lado do marido, Misael, e do filho mais velho, Pollyana Rabello conta com a ajuda de donativos como fraldas para cuidar do pequeno Luiz Philipe que nasceu com a doença
Foto: Daniel Castelo Branco / Agência O Dia[/caption]
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