03/03/2016 às 01h21min - Atualizada em 03/03/2016 às 01h21min

Exclusivo: Areal pode ter contribuído na enchente em Itaipuaçu

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Foto do areal em agosto de 2015.

Foto do areal em agosto de 2015.

Foto do areal em agosto de 2015.[/caption] EXCLUSIVO LEI SECA MARICÁ- Um areal localizado entre os bairros de Inoã e Itaipuaçu pode ter contribuído com os alagamentos do Loteamento Jardim Atlântico, onde foi construído o condomínio 'Minha Casa, Minha Vida' de Itaipuaçu. De acordo com uma internauta, que prefere não se identificar, uma mineradora localizada entres os bairros de Inoã e Itaipuaçu pode ter contribuído diretamente para a enchente que atingiu o Loteamento Jardim Atlântico. "- Atrás do condomínio onde moro existe uma mineradora que há anos vem degradando de forma monstruosa o meio ambiente. Com essas chuvas o rio que passa próximo às bacias de água - criadas a partir da exploração da extração mineral - se rompeu para dentro de uma das bacias causando um retorno das águas das chuvas, que deveriam estar seguindo o fluxo natural do rio, que foi comprometido devido a exploração descontrolada do solo. Cabe destacar que a situação ainda não atingiu o grau da tragédia da barragem de Mariana por puro acaso", disse a internauta. Segundo a internauta, as bacias da mineradora transbordaram com a grande quantidade de chuva que atingiu o município e transbordaram causando os problemas. "- As bacias de água extrapolaram seus limites e transbordaram. Agora, dezenas de casas estão alagadas devido ao retorno da água. Os níveis das águas começaram a subir após as chuvas, com isso os riscos de uma dessas bacias se romper é eminente e se isso acontecer não há dúvidas de que muitas pessoas não só perderão suas casas mas poderão perder suas vidas. Precisamos de socorro, precisamos de ajuda, precisamos de imagens de sobrevoo, para avaliar a situação. Se nada disso está sendo divulgado, eles estão escondendo esse problema", enfatizou a internauta. A internauta faz um apelo para que as autoridades competentes façam uma vistoria na região para averiguar a denúncia. "- Nós estamos tentando evitar uma tragédia, mas não temos força. Estamos impotentes, é inútil nossos gritos de socorro. Precisamos de ajuda, para elevar nosso grito e sermos ouvidos. Sem ajuda jamais conseguiremos. Precisamos atropelar qualquer tipo de máscara ou corrupção que possa estar ocorrendo, impedindo o encerramento das atividades da mineração, que já representa um dano irreparável, pois está destruindo grande parte de Itaipuaçu", finalizou a internauta. Vale relembrar que em agosto de 2015, Policiais Militares Ambientais prenderam três pessoas em flagrante por extrair areia ilegalmente no local. Durante a operação, motivada por denúncias anônimas, foram apreendidas duas balsas e um trator que davam suporte para a atividade de extração. Os proprietários não possuíam licença ambiental do Inea (Instituto Estadual do Ambiente) para realizar a atividade. Na ocasião,  o chefe da Coordenadoria Integrada de Combate aos Crimes Ambientais (Cicca), da Secretaria do Ambiente, José Maurício Padrone AFIRMOU que enchentes poderiam ocorrer na área. "A extração feita de forma ilegal promove o assoreamento, o que facilita a ocorrência de enchentes nas áreas do entorno do rio. Quando a exploração termina os terrenos são abandonados e o passivo ambiental fica para a sociedade. O licenciamento do Inea determina as condicionantes ambientais, além da exigência de um plano de recuperação das áreas degradadas. Além disso, as “piscinas” criadas a partir da extração são um risco eminente para população", declarou na época. No dia da operação, os presos foram encaminhados para a 82ª DP para registro de ocorrência e foi indiciados por lavra não autorizada (artigo 55 do Código Ambiental) com pena de até um ano, e por crime de usurpação de matéria-prima da união, que prevê até cinco anos de prisão, além de multa administrativa, que varia de cinco mil a um milhão de reais. A tese de que o areal pode ter contribuído com o alagamento no Jardim Atlântico é simples. Após as piscinas transbordarem, diversos condomínios do entorno do bairro 'Cajueiros' ficaram completamente alagados. Através do Rio Bambu, a água foi seguindo, até chegar a afluente do Rio Bambu, próximo ao Conjunto Habitacional do 'Minha Casa, Minha Vida'. A última vez que a área do conjunto habitacional ficou alagada foi na enchente em 2010, onde ainda não existia o projeto de construção do condomínio. Na época, a área também ficou alagada, mas não haviam casas na região, então os impactos quase que não foram percebidos no Jardim Atlântico. O LSM entrou em contato com a Secretaria do Ambiente do Estado, mas ninguém quis comentar sobre o assunto. Também tentamos entrar em contato com a mineradora, mas sem sucesso. [caption id="attachment_88747" align="aligncenter" width="1362"]
Distância do Areal para o condomínio 'Minha Casa, Minha Vida'.

Distância do Areal para o condomínio 'Minha Casa, Minha Vida'.

Distância do Areal para o condomínio 'Minha Casa, Minha Vida'.[/caption] [caption id="attachment_88594" align="aligncenter" width="706"]
Minha Casa, Minha Vida debaixo d'água (Foto :: Reprodução - Rede Record)

Minha Casa, Minha Vida debaixo d'água (Foto :: Reprodução - Rede Record)

Minha Casa, Minha Vida debaixo d'água (Foto :: Reprodução - Rede Record)[/caption]
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