29/01/2013 às 00h11min - Atualizada em 29/01/2013 às 00h11min

Maricaenses pedem maior fiscalização nas boates e casas de shows de Maricá

Hashtag foi criada nas redes sociais - #VamosCobrarFiscalizaçãoNasBoatesDeMaricá
Tragédia no Rio Grande do Sul deixa Brasil em alerta

#VamosCobrarFiscalizaçãoNasBoatesDeMaricá
(Foto :: Reprodução | Facebook)
Maricaenses indignados com a tragédia em Santa Maria, no Rio Grande do Sul cobram das autoridades competentes de Maricá uma maior fiscalização nas boates e casas de shows do município.

A Hashtag foi criada nas redes sociais - #VamosCobrarFiscalizaçãoNasBoatesDeMaricá. “Vamos lutar para melhorar a qualidade e proteger a vida de nossos amigos, irmãos, filhos e a nossa própria vida.” Disse Ivson Gomes.

Diversas boates e casas de shows funcionam no município. "Depois da tragédia fico com medo disso acontecer no local que eu estou. As autoridades precisam fazer uma operação para fiscalizar todos os lugares." Comentou Felipe Santos.

A tragédia em Santa Maria deixou Maricá e o País em alerta. "Todas as administrações municipais estão sendo cobradas para informar se casas de show, bares e boates estão regulares", disse o presidente do Sinaenco-SP (Sindicato da Arquitetura e da Engenharia do Estado de São Paulo), José Roberto Bernasconi.

Em geral, o controle é falho em todo o Brasil. "A fiscalização é ineficiente, está evidente por si só. Ela pode ser pior em alguns lugares, melhor em outros, e até mesmo inexistente", opinou Bernasconi.

Os municípios do Brasil não têm equipes preparadas e suficientes para realizar a vistoria de edifícios. "Teria que ser feita uma revisão de todas as licenças que já foram concedidas", defendeu Bernasconi.

Legislação é rigorosa
As leis que tratam da prevenção e combate a incêndios é considerada bastante rígida no Brasil. Existem dezenas de normas específicas para a prevenção de incêndios da Abnt (Associação Brasileira de Normas Técnicas) que devem ser seguidas desde o projeto arquitetônico até a construção do edifício e também na operação do estabelecimento. "Uma [norma] é elementar, em que não se pode ter apenas uma saída, é necessário haver alternativas de escape. Então deve-se ter, no mínimo, uma saída alternativa [de emergência], de acordo com o local e com o tamanho do público", frisou Bernasconi. A boate Kiss tinha somente uma saída.

Falta planejamento técnico e preventivo
O presidente do Crea-RJ (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro), Agostinho Guerreiro, disse que falta planejamento técnico e preventivo de locais públicos. "O Brasil é um país muito grande. As regiões de interior, mais afastadas das capitais, lamentavelmente ainda não têm esse tipo de planejamento no nível que deveriam ter", frisou.

No caso da boate Kiss, além da licença do Corpo de Bombeiros, faltou treinamento de pessoal para lidar com a situação. Os seguranças da boate foram imprudentes ao impedir a saída dos clientes, pensando que eles queriam deixar o estabelecimento sem pagar a conta. "Isso mostra o despreparo dos funcionários da boate. É um somatório de erros muito grave. Se houvesse também um plano de fuga bem preparado, bem adequado, não aconteceria uma tragédia dessas proporções", frisou Guerreiro.

Segundo ele, as casas noturnas deveriam seguir o padrão de segurança de cinemas, teatros e estádios de futebol --setores bem preparados e que aprenderam com os erros do passado. "Em ambientes onde há bebida alcoólica e a população é mais jovem, a fiscalização deveria ter um rigor maior, e os organizadores desses eventos deveriam ter uma cultura de planejamento mais aprofundada e recorrer a profissionais especializados", completou.

Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp