01/12/2012 às 10h00min - Atualizada em 01/12/2012 às 10h00min

Casa de Cultura traz de volta a magia do cinema a Maricá

38 dos 40 lugares foram ocupados na estreia do Festival Charlie
Chaplin  ( Foto :: Clarildo Menezes)
Odemir Capistrano | Marcelo Ambrosio - A magia do cinema numa sala reunindo uma plateia voltou a Maricá, depois que a secretaria municipal de Cultura exibiu, na noite de quarta-feira (28/11), na Casa de Cultura, o clássico de Charles Chaplin “O grande ditador”. O filme, de 1940, foi o primeiro longa-metragem com som do diretor. A produção, iniciada em 1937, é uma poderosa crítica ao nazismo e à opressão racial. Chaplin teve a ideia desse trabalho político - a última aparição do personagem Carlitos - diante da semelhança deste com Adolf Hitler. Sofreu grandes pressões da Grã-Bretanha na época, já que o país queria evitar atritos com os nazistas, mas fez dessa obra seu maior sucesso de bilheteria.

A avaliação da estreia foi positiva. “Foi o nosso pontapé inicial, e a presença do público aqui hoje significa que o movimento está nas ruas, o vento está a favor”, comemorou o subsecretário de Difusão Cultural, Zola Xavier. “É uma alegria imensa ter na sessão inaugural a sala cheia, com 38 dos 40 lugares ocupados”, emendou Ronaldo Valentim, que coordena a equipe do cineclube.

Na próxima quarta-feira, 05/12, às 19h, o Festival Chaplin apresenta “Dia de pagamento”. Rodado em 1922 e com 28 minutos de duração, a obra foi a última da fase de curtas do diretor, que passaria a rodar só filmes com quatro rolos. Também ironizando o cotidiano capitalista, “Dia de Pagamento” mostra as agruras de Carlitos quando recebe o parco salário semanal, tão pequeno que mal dá para comprar comida.

Convidados

Alunos especiais da turma do EJA da Escola Municipal Carlos Magno Legentil prestigiaram a exibição, acompanhados pela orientadora educacional Luíza Alves de Oliveira. “Procuro ficar atenta à programação da Casa de Cultura e gostei muito dessa ideia”, diz Luíza. Outra que adorou o evento foi a professora de Artes Maria Aparecida Costa, que, por conta do programa Cinema para Todos, do Estado, orientou um grupo de estudantes do Colégio Estadual Elisiário Matta, de Maricá, na produção de um curta-metragem que está disponível no link http://www.cinemaparatodos.rj.gov.br/site/oficinas/concurso-de-videos/votacao/?codigo=85. “Precisamos da votação diária do pessoal de Maricá para que o nosso curta seja inscrito em festivais, podendo concorrer a diversos prêmios”, apela.

Ellen Santos, há 10 anos morando em Maricá, trabalha com produção para cinema e TV. Para ela, o cineclube representa uma oportunidade de trocar ideias com gente que gosta da sétima arte. O pesquisador Délcio Teobaldo, apontando para a simulação de uma fita cinematográfica montada com fotografias de cenas da cidade para decorar o ambiente, lembrou-se de quando, aos oito anos, viu outro sucesso de Chaplin, “O Garoto”, e ficou fascinado. Délcio acredita no sucesso do cineclube. “Precisamos disso e estamos começando bem. O ruído tem o seu lugar na cultura, mas esse rito aqui, numa sala em silêncio, também é indispensável”, afirma.

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