08/12/2016 às 21h02min - Atualizada em 08/12/2016 às 21h13min

Crise do Bilhete Único pode levar rodoviários a uma greve geral, diz Sindicato

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O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Passageiros de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac) colocará a categoria em alerta para uma possível greve geral por tempo indeterminado, diante das notícias veiculadas pela entidade patronal de que linhas intermunicipais serão suprimidas e que os trabalhadores terão seu 13º suspenso como consequência do não pagamento, pelo Governo do Estado, da compensação do Bilhete Único. A greve será deflagrada diante dos seguintes cenários: atraso no 13º salário dos trabalhadores rodoviários, que deve ser pago até 20 de dezembro; atraso dos salários, que devem ser pagos até o quinto dia útil de cada mês; demissões nas empresas por conta do não pagamento, pelo Estado e governos municipais, da compensação do Bilhete Único e das gratuidades; e a queda na qualidade da manutenção dos veículos. “A Diretoria do Sintronac entende que os rodoviários não poderão arcar com os custos da incompetência administrativa do Estado e da roubalheira que se estabeleceu nos cofres do Rio de Janeiro, levando ao colapso das contas públicas”, afirma o presidente do Sindicato, Rubens dos Santos Oliveira. O impacto da crise econômica no setor de transporte rodoviário já provocou este ano, somente até novembro, 5 mil demissões nas empresas que operam na base do Sintronac – 3.520 foram homologadas no Departamento Jurídico do Sindicato. Além disso, portaria do Detro autorizou o fim da função de cobrador em coletivos que tenham a bilhetagem eletrônica, reduzindo ainda mais a perspectiva de trabalho para a categoria. Atualmente, nos municípios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá e Tanguá, dos 18.274 empregados em empresas de ônibus, 9.784 são motoristas e apenas 1.649 cobradores. Também pesam para o agravamento da crise no setor, com significativa queda no faturamento das concessionárias: o reajuste recente de 15% no óleo diesel; o fato de 30% dos usuários utilizarem a gratuidade, que não é paga pelo Estado às empresas há quatro anos; e a constatação de que 27% do faturamento das empresas têm origem no Bilhete Único. “Está se configurando um quadro de agravamento da crise no setor rodoviário, acompanhando a tendência que dominou o Brasil, que, hoje, já não conta com Educação, Segurança Pública e Saúde. Agora, vai ficar sem transporte público também”, conclui Rubens Oliveira.
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