05/10/2017 às 18h21min - Atualizada em 05/10/2017 às 18h31min

Prefeitura apura causas da mortandade de peixes em lagoa de Maricá

 
Na manhã desta quinta-feira (05/10), após denúncias de moradores, a Prefeitura constatou a mortandade de centenas de peixes na Lagoa de Maricá, nos bairros de São José do Imbassaí e Boqueirão. Com o objetivo de apurar as causas e solucionar o problema a Secretária de Cidade Sustentável, além de monitorar o local, encaminhou um ofício para o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), solicitando a presença de representantes do órgão para a realização de estudos com analise da água da região para que se avalie a causa do dano ambiental registrado. Segundo o Secretário da pasta, Helter Ferreira, ainda é cedo para emitir um parecer sobre o que provocou a mortandade de peixes na lagoa. “Nós ainda não temos nenhum indício que permita apontar a causa ou as causas para essa mortandade de peixes”, afirmou Helter. “O Inea, que é o órgão competente, já foi devidamente acionado e por isso é necessário aguardar as devidas analises, pois devemos ter a consciência de que esse fenômeno já vem acontecendo há alguns anos”, completou. “Neste momento o importante é a realização de uma analise mais aprofundada para mapear a causa real desse dano ambiental. Vamos apurar as causas e tomar as decisões cabíveis”, frisou o secretário. O secretário Helter acrescentou ainda que a Prefeitura vai estudar mediadas que permitam algum tipo de amparo aos pescadores que em decorrência desta fatalidade estão sendo impedidos de trabalhar. Pescador há mais de 30 anos, Genival Pedro dos Santos, morador de São José do Imbassí, confirmou que a mortandade de peixes é reincidente e vem ocorrendo todos os anos, mas que se surpreendeu, pois foi a primeira vez que esse fenômeno aconteceu no mês de outubro. “Todo ano isso acontece, mas normalmente nos meses de janeiro e fevereiro. Em outubro é a primeira vez”, afirmou Genival. De acordo com a sua experiência o pescador suspeita que a morte dos peixes é consequência da qualidade da água devido a ausência de chuva, que já dura 27 dias. “Trata-se um grande número de peixes mortos, especialmente corvina, robalo e tilápia. Nós pescadores não estamos descartando nenhuma possibilidade como mudança de temperatura, esgoto, pouco oxigênio, mas a princípio, nesse primeiro momento nossa principal suspeita é essa falta de chuva”, explicou o pescador. Adilson Azevedo, pescador e morador da beira da lagoa há 30 anos tem outra teoria sobre a possível causa da morte dos peixes e arrisca uma solução para o problema. “Eu e outros pescadores acreditamos que a obra que está sendo feita no canal de Ponta Negra pode ter ocasionado a mortandade dos peixes, inclusive antes do inicio da obra já tínhamos feito esse alerta“, contou Adilson. “Eu notei que os peixes estavam aparecendo mortos já tem uns três dias e isso prejudica muito nós pescadores, pois não podemos pescar e não conseguimos vender nossos peixes”, lamentou. “Uma alternativa seria a abertura do Canal de São Bento no Recanto com o objetivo de renovar a água da lagoa e talvez evitar mais peixes mortos”, sugeriu o pescador. O secretário de Conservação, Adelso Pereira, tranquiliza a população, afirmando que nas próximas horas, os peixes mortos serão recolhidos para evitar qualquer prejuízo ao meio ambiente. “É triste ver isso acontecendo até porque segundo os pescadores isso não é comum nesta época do ano”, afirmou Adelso. “A equipe da secretaria de Conservação já está pronta para começar a limpeza. Já mobilizamos pessoal e equipamentos, alguns equipamentos especiais para a equipe que vai entrar na água, pois não sabemos ainda se há risco de contaminação”, explicou. “Peço ajuda da população e principalmente dos pescadores com a suas experiências e expertises. Precisamos da participação de todos que puderem nos ajudar. Vamos trabalhar intensamente para concluir essa limpeza o mais rápido possível”, garantiu o secretário.
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