“Há provas suficientes de irregularidades que configuram improbidade administrativa. Em virtude disso vamos votar a instauração de uma comissão processante no segundo dia do retorno do recesso, em 16 de fevereiro, para afastarmos o prefeito por 90 dias, até que o MP realize as investigações. O órgão instaurou inquérito no início deste mês e ouviu duas vezes a Eco805. Já temos o apoio de dois terços de um total de 11 vereadores da Câmara para afastarmos Quaquá”, informou o presidente das CPIs, vereador Paulo Maurício Duarte de Carvalho (PDT).
Uma das CPIs, a da Eco805, ouviu ontem o secretário de Obras, Paulo Delgado, e representantes da empresa, que contaram aos vereadores que a empresa começou a entregar somente esta semana material de obra pela qual recebeu mais de R$ 200 mil em outubro. A justificativa dada para o atraso é de que a Secretaria de Obras não teria cobrado a entrega do material adquirido. Este é composto por 3.900 sacos de cimento e 500 metros cúbicos de cascalho.
Em seu depoimento, Delgado disse que como assumiu a pasta somente em outubro, ainda está tomando ciência da situação da secretaria e de toda a documentação, não sabendo das supostas irregularidades. Outros dois convocados para depor ontem, os ex-secretários de Obras Celso Cabral e Arthur Billé, foram chamados novamente para prestar esclarecimentos na próxima terça-feira.
A CPI da Fortestone também apurou que a empresa pouco entregou à Prefeitura do material que vendeu em outubro passado por cerca de R$ 200 mil. A alegação dos representantes da Fortestone é que a Prefeitura também não cobrou a entrega do material. Este consiste em três manilhas de 30 metros de diâmetro, três manilhas de 40 metros de diâmetro, 1.500 sacos de cascalho, outro de cimento, mil de pó de pedra, entre outros.
“A Prefeitura comprou um material caro e está usando um de qualidade inferior. Isso também é improbidade administrativa”, apontou Paulo Maurício.
O FLUMINENSE