30/01/2011 às 22h49min - Atualizada em 30/01/2011 às 22h49min

Buracos, falta de sinalização e muito perigo na RJ-106

Asfalto na rodovia que liga o município de São Gonçalo a Macaé apresenta muitas irregularidades. Em vários trechos faltam acostamento e iluminação.

Bastante movimentada no verão, a Rodovia Amaral Peixoto (RJ-106), que interliga os municípios da Costa do Sol, representa perigo para os motoristas em férias, que não estão acostumados com a estrada. Pelo caminho eles enfrentam falta de sinalização, de iluminação e principalmente de acostamento. Fissuras e buracos no asfalto também colocam em risco a segurança de quem está viajando.
A RJ-106 liga São Gonçalo a Macaé e atravessa outras oito cidades. A última grande intervenção que a via recebeu foi a duplicação do trecho que vai de Tribobó até a altura do quilômetro 30, em Maricá. As obras foram realizadas entre de 2003 e 2005, a um custo de R$ 27 milhões, conforme divulgado na época. Também é duplicada a parte que cruza o município de São Pedro da Aldeia e o Governo do Estado ainda estuda a duplicação entre Rio das Ostras e Macaé.
Mas para o especialista em Engenharia de Trânsito da Universidade Federal Fluminense (UFF), Walber Paschoal, o trecho não duplicado é o que precisa mais da atenção dos governantes. “Podemos reparar fissuras no asfalto, o que indica que a vida útil já está acabando e que precisa de atenção especial. A área mais rural da rodovia também precisa de um acostamento. Carros em alta velocidade deixam em perigo motoristas que tenham algum problema e precisem, por exemplo, trocar um pneu. Também ficam em risco pessoas que precisem pegar ônibus, já que, se fazia parte do projeto, as baias para ônibus foram ignoradas na construção”, disse.
Após as obras de duplicação da via, que facilita o acesso à Região dos Lagos sem a cobrança de pedágio, o fluxo aumentou em 20 mil veículos diários nos dias úteis, chegando a 55 mil nos finais de semana. Muitos destes motoristas consideram o trecho entre Maricá e Saquarema o mais perigoso, principalmente na Serra do Mato Grosso, mas profissionais do volante alertam que, mesmo os trechos planos merecem respeito. “É perigoso demais andar na serra e também em toda parte sem acostamento. É pista e mata. Se um carro quebra é difícil até mesmo de rebocá-lo. Além disso, a estrada não tem acostamento nem iluminação”, como diz o reboquista Silvio Antunes, de 46 anos.
Dificuldade – A falta de conservação da sinalização existente na estrada também atrapalha os motoristas. Muitas placas estão escondidas atrás da vegetação e outras tantas que aparecem não podem ser visualizadas porque estão velhas ou pichadas.
Também é complicado para os motoristas que não conhecem a estrada, saber qual o limite de velocidade. Num trecho de menos de 5 quilômetros de extensão dentro do perímetro urbano o limite passa de 60 km/h para 80 km/h e depois cai para 50 km/h.
“Eu não entendo os limites de velocidade, mas o que me chama mais atenção são os retornos. Somos obrigados a entrar e sair do retorno pela pista de alta velocidade, o que é muito perigoso”, critica Eduardo Borges, que mora em Maricá e usa a estrada diariamente.
Trecho da rodovia, em Maricá, seria um dos melhores
Já quem vem de outros estados e passa pela estrada, a impressão que levam é boa. Morador de Minas Gerais, o engenheiro agrícola Raul da Silva, de 45 anos, passa os verões na casa em Maricá e diz que a estrada, apesar das deficiências, ainda é melhor que muitas do outro estado. “Claro que sempre pode melhorar, mas a rodovia está muito boa, pelo menos nos trechos é duplicada. Antigamente era muito mais perigoso”, argumenta.
O Departamento de Estradas de Rodagem do Rio (DER-RJ) informou que a diferença entre as velocidades de cada trecho varia de acordo com os diferentes pontos e trechos das estradas, levando em conta se o trecho é mais urbano ou mais rural, se tem mais curvas ou se é mais plano e assim por diante.
Sobre as dificuldades com sinalização horizontal e vertical, estes problemas devem ser sanados. O DER informa que a manutenção ainda passará por definições e análises de técnicos do DER-RJ, para calcular os investimentos e as atividades necessárias. Após essa fase, começa o processo de licitação, para então iniciar as obras de fato.
Ajuda no caminho
Quem ainda vai aproveitar o fim de férias na Região dos Lagos deve ter atenção redobrada na estrada. Confira algumas dicas para fazer uma viagem tranquila.
KM 2 – Cuidado com o acostamento estreito demais e a sinalização horizontal ruim
KM 3 – O mato alto no canteiro central atrapalha a visualização de placas de sinalização, bem como no KM 12
KM 12,5 – Parte foi recapeada, mas ainda há fissuras que podem originar buracos em dias de chuva
KM 13 – Atenção para a velocidade, pois a placa está pichada
KM 23 – cuidado com a velocidade: a placa está escondida atrás do painel de publicidade
KM 25 – A placa informaria a distância até Barra de São João e Rio das Ostras. Não se preocupe que, apesar de não ser possível ler, você está no caminho certo
KM 28 – A velocidade despenca para 40 km/h. Área com travessia de pedestres
KM 32 – Fim da duplicação, aumento do perigo do trecho de pista sem divisão central ou acostamento
KM 33 – Mais uma placa em meio ao mato. Olhando com atenção, ela indica “perigo”
KM 36 – Cuidado com a ponte! A vegetação alta não permite que seja vista, tampouco a sua mureta...
KM 38 – A placa artesanal de caveira em uma curva acentuada quer dizer “perigo”. Carros em alta velocidade passam pelo local
KM 40 – Trechos da serra ganharam acostamento. Um alento para os motoristas
Wilson Mendes - O Fluminense

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