Em entrevista ao "O FLUMINENSE", Quaquá se diz vítima de perseguição política e promete investigar todas as irregularidades. “Tentaram armar um golpe e se deram mal!”, diz o prefeito que admite passar pelo seu pior momento político à frente da gestão da cidade.
O Fluminense: Prefeito, a Câmara Municipal abriu uma CPI para investigar uma séria denúncia de fraude na Secretaria de Obras. O que aconteceu?
Quaquá: O que está acontecendo é simples. Após demitir o secretário de Obras por insatisfação com seu trabalho realizado e pedir a intervenção da guarda municipal no prédio da secretaria, nomeei um interino para verificar todos os contratos da pasta. O então subsecretário, que ficou com a incumbência de verificar os processos, ao encontrar irregularidades, em vez de alertar sobre o que encontrou de errado, copiou os documentos e guardou para, só depois de ser demitido, denunciar ao Legislativo. Alguns vereadores, aproveitando-se do fato, uniram-se à oposição e tentaram armar um golpe. Eles tentaram, inclusive, afastar-me do cargo. Foi uma tentativa frustrada.
O Fluminense: Não houve nenhum tipo de relatório do secretário sobre estas irregularidades? O senhor não sabia desta denúncia?
Quaquá: Não. Só soube pela imprensa e assim que soube das denúncias, determinei imediatamente a abertura de sindicância e solicitei a tomada de todas as providências cabíveis. É bom ressaltar que, se quisesse esconder alguma coisa, não teria solicitado investigação sobre o assunto e, muito menos, teria orientado o subsecretário a verificar os processos da Secretaria de Obras, então com suspeita de irregularidades.
O Fluminense: Onde foi parar o material comprado?
Quaquá: Estamos investigando. Algumas das denúncias que fizeram não condizem com a verdade. O contrato social da empresa garante que ela pode vender material de construção. Na quinta-feira recebi um dossiê da empresa, mas ainda não tive a chance de analisar porque tive que viajar para São Paulo. A sindicância vai explicar o que foi feito com esse material. Algumas obras foram feitas, como a rua da UPA, a ponte da Mumbuca, entre outras. Quem vai ter que dizer onde foi feito com esse material é o antigo secretário de obras.
O Fluminense: Quando a população terá uma resposta?
Quaquá: Quaquá: Quero e exijo a imediata apuração das denúncias para que o povo de Maricá saiba quem é o errado nessa questão. Porque o único patrimônio de valor que tenho é minha honra, meu caráter e minha história de vida e militância. Não posso deixar mancharem minha trajetória na tentativa de dar um golpe e tentar tirar um mandato de prefeito eleito democraticamente. Derrotei as forças conservadoras do município, os monopólios e a velha política. Agora que nosso governo está pronto para começar as grandes mudanças que a cidade espera há décadas, querem dar um golpe. Não vou permitir nem que sujem minha honra nem que tentem barrar as mudanças que irão se iniciar agora.
O Fluminense: Quem estaria “barrando” essas mudanças?
Quaquá: Acho engraçado que essas denúncias tenham surgido na semana em que foi anunciada a quebra de um monopólio no município.
O Fluminense: Falando da cidade, as obras estão quase paradas. Por quê?
Quaquá: É algo natural na burocracia do estado. No final de ano é sempre assim. Fechando o orçamento e vai começar tudo no ano que vem. Na vida da gente que não tem tanta burocracia a gente não pode fazer as coisas como a gente quer. No serviço público demora mais do que a nossa vontade.
O Fluminense: E quando começaram a andar?
Quaquá: Estamos investindo numa série de projetos e obras na cidade para melhorar a qualidade de vida dos moradores. As parcerias com os governos do Estado e Federal são fundamentais para todas as cidades, incluindo a nossa. Iniciamos obras importantes, como a UPA de Inoã, a Estrada de Itaipuaçu, a Avenida Roberto Silveira, Estrada do Boqueirão, obras no bairro das Pedreiras, Parque da Cidade. O distrito de Ponta Negra que sempre sofreu com a falta d’água agora vê uma nova realidade com a implantação da rede de abastecimento de água que beneficiará aproximadamente 10 mil. Estamos investindo em educação e já reformamos diversas unidades que estavam em péssimo estado.
