04/11/2010 às 01h43min - Atualizada em 04/11/2010 às 01h43min

‘Miliciano’ com casas em Maricá é acusado de enriquecimento ilícito

Um patrimônio avaliado em mais de R$ 1, 5 milhão sob a suspeita da polícia. Com cinco casas em São Gonçalo, sendo uma no Rio do Ouro e quatro no CoeIho, e outras quatro em Itaipuaçu, distrito de Maricá, além de uma mansão em Itaipu, na Região Oceânica de Niterói – avaliada em R$ 320 mil –, Abdias Cruz da Silva, o Buca, de 38 anos, é investigado por agentes do Núcleo de Homicídios da 72ª DP (Mutuá) por enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro. Abdias foi preso no dia 6 de setembro sob a acusação de integrar um grupo de extermínio que age em São Gonçalo.

Na ocasião ele estava com o Meriva, KXO-3539, que, segundo a polícia, pertencia a um traficante de Irajá, Zona Norte do Rio, executado pelo bando formado por civis e policiais militares – desarticulado em setembro desse ano. O carro foi encontrado em uma das casas de Buca, na Rua Sérgio Glevinski, no Coelho. Nos outros imóveis, foram apreendidos mais quatro veículos: um Golf, um Fox, um Gol e uma motocicleta Yamaha. Segundo os agentes, apesar de pertencerem ao acusado, os bens não estão em seu nome, conforme consta nos documentos apreendidos na mansão.

Agiota - A polícia suspeita que os veículos tenham sido apropriados de credores do serviço de agiotagem oferecido por ele. Já os imóveis seriam provenientes da lavagem de dinheiro da rede de segurança privada montada pelo acusado, que detém 20% do segmento do mercado ilegal do município.

Segurança - Para isso, ainda de acordo as investigações, Abdias recrutou aproximadamente 30 policiais militares para trabalhar em mais de 20 estabelecimentos comerciais, dos quais é responsável pela segurança. O negócio, que atende de supermercados a casas de shows, renderia aproximadamente R$50 mil mensais para o acusado.
“Ele é um mercenário. Vive da venda ilegal de segurança privada e mantém relações financeiras promíscuas com policiais e integrantes da quadrilha investigada”, explicou um dos policiais responsáveis pelas investigações.

Quadrilha é investigada em 15 homicídios

O inquérito que apura a ação do grupo de extermínio – batizado de Extermínio S.A – está com cerca de mil páginas e seis volumes. As investigações sobre a atuação do grupo formado por policiais militares começaram a partir do seqüestro e morte de Rafael Dias de Miranda, 22, e Diego Torres da Silva, 20, cujos corpos foram encontrados dentro de um rio, na localidade conhecida como Ipuca, no Jardim Catarina no dia 13 de julho. As vítimas foram sequestradas dois dias antes da execução na Rua Cuiabá, na Trindade.

A partir do crime, os policiais iniciaram uma busca por casos parecidos na mesma região, cujos valores dos resgates pedidos pelos criminosos variavam de R$ 15 a R$ 50 mil. No dia 10 de setembro, os agentes prenderam quatro policiais militares acusados de envolvimento nos crimes, além de uma mulher apontada como informante do bando. Dois integrantes da quadrilha continuam foragidos, os irmãos Hygor Câmara Tavares e Wanderson Silva Tavares, o Gordinho ou Tenente, apontado como o chefe do bando. A quadrilha é investigada em 15 homicídios.

O Disque-Denúncia, através do telefone 2253-1177, está oferecendo recompensa de R$ 2 mil para que tiver informações que auxiliem na prisão da dupla. O anonimato é garantido.

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