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— Não podemos cassar o mandato de um vereador sem que o processo esteja transitado e julgado. A notícia da prisão de Macedo pegou a todos de surpresa. Posso afirmar que a Câmara está em choque — afirmou Bagueira.
O clima na reunião foi tenso. Durante duas horas, os vereadores discutiram com representantes da Procuradoria da Câmara quais seriam as medidas a serem tomadas. A primeira foi a formalização de um pedido de informação ao delegado Paulo Guimarães da 78ª DP (Fonseca) — responsável pela investigação — sobre o crime. Em seguida, os eles debateram qual medida administrativa poderia ser tomada para afastar o vereador. Ficou definido o licenciamento, a contar da segunda falta seguida de uma sessão ordinária.
Carlos Macedo foi preso junto com o policial militar Damião Washington da Silva Ferreira. Ele foi encontrado em sua casa, em Pendotiba, por policiais da 78ª DP (Fonseca). A prisão preventiva de 30 dias do suplente foi decretada pela Justiça a pedido do delegado Paulo Guimarães. A chefe de gabinete do vereador Macedo, Mariana Soares Queiroz da Silva, já havia sido presa no último dia 29, acusada de envolvimento no assassinato de Lúcio da Nevada. Na ocasião, durante a operação da Polícia Civil realizada em Niterói, São Gonçalo, Magé, Iguaba Grande e Maricá, para localizar os envolvidos no crime, também foram presos o sargento da Polícia Militar Jair de Souza Neto, lotado no 12º BPM (Niterói), e Renato de Souza Valente, acusados de serem os executores do assassinato.
A polícia prendeu ainda, em flagrante, José Carlos Alves Júnior, que estava em uma casa em Magé - alvo de busca e apreensão. Ele portava uma arma e uma carteira falsa da Polícia Civil. Na operação, foram apreendidos um cofre, um revólver calibre 38, três pistolas, dez celulares, um rádio transmissor e munições. Marco Antônio Titoneli Barbosa, outro suspeito continua foragido. O retrato dele já foi divulgado pela polícia.
O crime ocorreu no dia 25 de outubro do ano passado. Lúcio foi executado a tiros na porta de casa no bairro de Santa Bárbara. Ele chegou a ser levado em estado grave para o Hospital Azevedo Lima, no Fonseca, mas não resistiu aos ferimentos.
De acordo com informações de amigos, Lúcio do Nevada — nome adotado em homenagem ao seu time de futebol amador, o Nevada FC — foi baleado quando saía da casa de seus pais e iria para um comício. Segundo a polícia, dois homens em um Palio chumbo encostaram o carro e fizeram os disparos. Lucio chegou a tentar fugir, mas não conseguiu. Um assessor do vereador eleito, que estava com ele mas não foi atingido, levou-o para o hospital. O carro de Lúcio, um Toyota Hilux foi atingido por seis tiros na altura do para-brisa.
O Fiat Palio placa HJG-2076, de Belo Horizonte, usado pelos assassinos pertencia à Localiza, uma empresa de aluguel de veículos. Depois do crime, os assassinos abandonaram o carro na RJ-104 e fugiram. Eles, no entanto, deixaram suas digitais no veículo.