28/03/2013 às 14h36min - Atualizada em 28/03/2013 às 14h36min

População prejudicada pela falta de Pediatras no Brasil e em Maricá

A falta de atendimento especializado em pediatria no Brasil é generalizado. Várias causas podem estar afastando os profissionais da área.

[caption id="attachment_10252" align="alignleft" width="300"]
Pediatras estão em falta nos Hospital do Brasil. (Foto :: Reprodução)

Pediatras estão em falta nos Hospital do Brasil. (Foto :: Reprodução)

Pediatras estão em falta nos Hospital do Brasil. (Foto :: Reprodução)[/caption]

REPORTAGEM ESPECIAL LSM - Como foi amplamente divulgado pela imprensa nestes últimos tempos, existe uma falta de pediatras, não só na cidade de Maricá, mas em todo o Brasil.

As explicações para isto acontecer são várias, sendo a mais óbvia a baixa remuneração do especialista em pediatria. Por se tratar de uma especialidade puramente clínica, ela não tem procedimentos pelo qual o profissional é mais bem remunerado, como ocorre num procedimento cirúrgico.

Outras causas estão no fato de que pais preocupados ligam para o pediatra a qualquer hora, o que exige, por parte do profissional estar a disposição nas 24 horas do dia; a dificuldade que é lidar com uma criança, que muitas vezes não se expressa adequadamente; atender muitos familiares de uma vez (grande parte ansiosos e preocupados); a falta do uso de novas tecnologias, sempre atraentes; de complexidades clínicas, pois em boa parte dos casos, as crianças (ainda bem) têm doenças de diagnóstico simples e vale mais um exame minucioso de um profissional preparado para tal e que conheça os tratamentos convencionais e adequados, ficando a alta complexidade para o especialista pediátrico.

Maricá - O Vereador Chiquinho (PT) conta que o município está à procura de pediatras para contratação imediata. Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Inoã apenas um médico atende a demanda e no Hospital Municipal Conde Modesto Leal existem dois especialistas na área. “Para nós, esta é uma fonte de preocupação, pois entendemos que o melhor profissional para atender a criança e seus familiares, seja um médico que recebeu treinamento para isto.Estamos procurando em diversos municípios profissionais para atuarem em Maricá. mas está difícil.

Brasil - Nas universidades federais, até a década de 80, 25% dos estudantes queriam ser pediatras. Hoje, a especialidade é a escolha de apenas 7% dos alunos. “Eu já ouvi até uma residente se virar para mim quando eu perguntei por que ela tava aqui e ela disse por que tinha sobrado vaga pra residência de pediatria”, contou um médico pediatra.

“Acho que tem muita gente que gosta muito de pediatria. Mas falta valorização do pediatra como um todo. Acho que isso é muito mais de política nacional mesmo, de valorização da área pediátrica, do que pontualmente essa ou aquela universidade ou esse ou aquele mercado de trabalho”, opinou  o médico pediatra que preferiu não se identificar.

Estudos - Embora o número de pediatras em relação aos outros especialistas vem diminuindo, e o número de pediatras que prestam o exame de especialidade vem caindo, nos últimos 2 anos as residências de pediatria voltaram a ser procuradas, e possivelmente a curva de queda se estabilize no patamar atual ou volte a aumentar. Este fenômeno também acontece em outros países, onde parte das crianças é atendida por clínicos gerais, profissional que também está escasseando no Brasil.

Para chegar a se tornar um pediatra, o estudante passa por cinco anos de formação universitária, mais dois anos de residência, um ano de especialização e muitas vezes o mestrado. São praticamente 10 anos de formação, para um salário inicial que varia de R$ 700 a R$ 1200.


Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp