O frio e as chuvas fora de época prejudicaram a produção do tomate.
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Um quilo de tomate a quase R$ 10 é um absurdo", critica a doméstica Maria Inês, que trabalha em uma casa em Itaipuaçu. Ela disse que para quem cozinha e quer botar na mesa uma salada todo dia fica muito caro. "Eu vejo quanto a minha patroa gasta para comprar. Estou vendo que também o alface está com o preço salgadinho", comentou. Segundo Selma, o jeito é mudar o cardápio. "Muda sim. Tem que mudar por causa o preço. Se não dá para uma coisa, a gente tem que trocar e colocar outra que está mais em conta", aconselhou.
Na última semana, os consumidores foram surpreendidos com a alta do preço de alguns alimentos, principalmente o tomate, que chegou a sofrer uma alteração de 269% em seu valor em algumas cidades do país. Na região de Maricá, segundo gerentes de supermercados o aumento é decorrente das frequentes chuvas, fazendo com que os produtores rurais tenham significativas perdas em sua lavoura e precisem fornecer seu produto por um valor mais elevado.
Nos supermercados de Maricá, o tomate especial está sendo comercializado por valores de até R$ 6,98 o quilo. O produto era vendido a R$ 3 o quilo em grande parte dos estabelecimentos comerciais há alguns meses. A variação de preço fez com que muitos clientes optassem por retirar o tomate da sua lista de compras, adquirindo-o apenas em alguns casos.
Os tradicionais sacolões também tiveram que repassar o reajuste. Se comparado a outros produtos que compõem a cesta básica, o tomate se tornou um dos alimentos mais caros. O quilo de arroz tipo 1 parboilizado, por exemplo, custa em média R$ 2,18, havendo uma diferença de valores de acordo com a marca oferecida, mas com uma variação de apenas R$ R$ 0,41. Já, o pacote de arroz tipo 1 de cinco quilos está próximo ao valor atual do tomate, sendo comercializado por R$ 7,98, apenas R$ 1 a mais que o fruto.
O feijão, outro produto que não pode faltar na mesa do brasileiro, está R$ 2,86 mais barato que o tomate. O quilo do feijão carioca possui um valor mais elevado que o preto, sendo vendido por R$ 4,50 o pacote. Mesmo assim, o alimento típico do país, que sofre alterações regularmente, ainda não é considerado o produto mais caro da cesta básica.
Produtos utilizados durante o preparo dos alimentos, como azeite e farinha de trigo, também estão com valores mais baixos que o fruto. O azeite de girassol, considerado um dos mais caros entre as opções do produto oferecido, custa R$ 4,37 o litro. Já a farinha de trigo é vendida a R$ 2,09 o quilo. Se os dois produtos forem comprados juntos, o valor pago por eles ainda não chega ao preço cobrado pelo quilo do tomate, somando R$ 6,46, havendo uma diferença de R$ 0,52.
SUBSTITUIÇÃO - Muitas pessoas que cozinham diariamente substituíram o tomate pelo molho de tomate já pronto. Este produto pode ser adquirido nos mercados em média por R$ 1,19 o pacote com 340 gramas. Nas promoções, ele chega a R$ 0,79. A economia gerada entre a escolha de um dos produtos é visível, acarretando uma contenção de gastos de até R$ 5,79.
Algumas receitas também podem contar com outros ingredientes, substituindo o tomate por verduras e legumes mais baratos. É o caso dos molhos que acompanham as macarronadas. Nesse caso, muitas pessoas trocam o tomate pela beterraba, que além de ser um alimento nutritivo, não pesa tanto no bolso do consumidor.
Economizar na escolha das verduras para preparar uma salada também já virou rotina na hora de fazer as compras nos supermercados, onde os consumidores optam por cenouras e saladas verdes, que custam em média R$ 2 o quilo, caso da cenoura.
