09/08/2021 às 20h08min - Atualizada em 10/08/2021 às 09h13min

Maricaense doa parte do fígado para salvar a filha

(Foto: Divulgação)

Em Maricá, uma família passou o Dia dos Pais mais emocionante este ano. Rafaella, uma bebê diagnosticada com uma doença rara no fígado quando tinha apenas um mês de vida, recebeu o transplante do órgão do próprio pai.

Depois do transplante bem sucedido, o Dia dos Pais do funcionário público Rafael Araújo ganhou um novo significado.

"Ser pai é ter sentido na vida", diz ele.

Rafaella é a primeira filha de Laryssa e Rafael. A gravidez foi muito sonhada, mas quando a menina tinha um mês de vida, uma notícia deixou a família sem chão. A bebê foi diagnosticada com atresia das vias biliares, uma doença que evolui para cirrose e pode acabar com o fígado.

"Com um mês ela apresentou uma cor diferenciada na pele, uma cor amareladinha. No exame de imagem já foi vista a necessidade da internação e com 15 dias foi descoberto que ela tinha uma doença rara, em que o fígado vai sofrendo com essa concentração da bile, desenvolve a cirrose e acaba morrendo", conta Rafael.

A doença geralmente afeta recém-nascidos.

"A gente tomou um grande susto. É como se a gente perdesse o chão. Foi muito assustador mesmo".

"Eu lembro que a gente sofria diariamente porque a doença vai trazendo vários incômodos, várias situações ruins para a criança. Ela passa a sofrer de coceira, não consegue dormir direito, fica com a barriguinha inchada, fica com um tom muito amarelado da pele".

A menina, então, passou por uma cirurgia, um procedimento que liga uma alça do intestino delgado ao fígado. Isso faz com que a bile passe diretamente de um órgão para o outro.

A cirurgia ajuda no trabalho do fígado e reduz os sintomas do bebê, mas não cura a atresia biliar. O que resolveria mesmo seria um transplante.

"A gente começou a fazer exames, procurar um doador e descobrimos, graças a Deus, que a doação poderia ser feita por mim ou pela minha irmã", conta Rafael.

Rafael então doou parte do fígado dele para a filha. A cirurgia aconteceu no dia 24 de abril, quando Rafaella tinha nove meses de vida. Feito em Niterói, esse foi o segundo transplante pediátrico da região leste fluminense na rede privada.

A recuperação depois do transplante foi um sucesso. Rafaella completou um aninho mês passado e a fase difícil fortaleceu ainda mais o vínculo do pai com a filha.

"No meu primeiro Dia dos Pais a gente não sabia da doença e já foi maravilhoso. Nesse segundo Dia dos Pais eu tenho ainda um plus, que é o renascimento dela, comemorando a vitória de ter superado essa doença, de ter feito o transplante e vindo por mim".

"Eu fui o instrumento dessa cura. Então, para mim, (esse Dia dos Pais) está sendo duplamente gratificante", comemora Rafael.

Fonte: Anna Beatriz Lourenço, G1


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