01/10/2012 às 10h00min - Atualizada em 01/10/2012 às 10h00min

Duarte Lima pede a juiz brasileiro que verifique legalidade de mineração em Maricá

A defesa lança suspeitas sobre empresário de mineração, o que fontes próximas do processo consideram ser uma manobra de diversão


Os advogados de Duarte Lima no Brasil terão apresentado nos últimos dias uma petição ao juiz de Saquarema Ricardo Pinheiro para que este solicite informações, ao Instituto do Meio Ambiente – sobre a legalidade da mineração de Santa Joana – que explora, em Maricá, a areia da fazenda da Pedra Grande pertencente à herança Feteira.

O pedido surge poucos dias antes de Arlindo Guedes, dono desta mineração, ser ouvido na condição de testemunha de Duarte Lima – no processo em que este é acusado de matar Rosalina Ribeiro, ex-companheira de Lúcio Feteira – e é visto por quem segue o processo como mais uma manobra para atrasar o andamento do caso.

O empresário brasileiro não conhece o ex-deputado do PSD português e o fato de ser 'enrolado' como testemunha deixou-o irritado.

Duarte Lima poderá querer assim insistir numa pista anônima que as autoridades brasileiras já investigaram e que disseram ser falsa. No início das investigações, uma carta chegou à divisão de homicídios do Rio dando conta de que Fernando, um proprietário de caminhões para transporte de areia, tinha ameaçado Arlindo com uma denúncia na polícia. O documento dizia ainda que esse homem tinha conhecimento do envolvimento do dono da Mineração na morte de Rosalina.

Nessa altura, a Polícia Civil, chegou mesmo a analisar a alegada chantagem – que seria utilizada para que Fernando pudesse extrair areia sem qualquer custo, pagando apenas com o seu silêncio. Mas depressa as autoridades comprovaram que seria impossível a ligação feita naquele documento e afirmaram mesmo não existir razões para que Arlindo cometesse tal crime. O dono da Mineração de Santa Joana colaborou com as investigações em curso e chegou mesmo a ameaçar que agiria judicialmente contra quem difundiu tais “calúnias”.

No próximo dia 15, Arlindo Guedes estará no tribunal de Maricá para ser ouvido por carta precatória - um instrumento legal que permite às testemunhas serem ouvidas num tribunal que não o de origem do processo, neste caso o de Saquarema. Segundo  a imprensa portuguesa apurou, Duarte Lima deverá enviar os seus advogados mais experientes João Ribeiro e Saulo Morais, que nem sempre estiveram presentes.

Duarte Lima está acusado de homicídio qualificado de Rosalina Ribeiro e o processo está agora em fase de instrução. Ainda este ano se deverá saber se o Juiz Ricardo Pinheiro pronuncia ou não o português determinando assim se este vai ou não a tribunal de júri para ser julgado.

Manobras de diversão
 
Até Agosto, Horácio Fittipaldi, um homem a prestar contas com a justiça e que trabalha há já alguns anos com um dos advogados de Duarte Lima, era uma das dez testemunhas do ex-deputado do PSD português. Mas quando era para ser ouvido, os advogados pediram a sua destituição. No mês passado, outras duas testemunhas, dois polícias militares, que iam ser ouvidas foram destituídas e uma delas substituída. Segundo fonte próxima do processo todas estas trocas de testemunhas e petições que nada que ver com o crime em si são estratégias usadas com frequência pela defesa para atrasar o andamento do processo. A imprensa portuguesa tentou sem sucesso contactar o advogado de Duarte Lima.

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