Um incêndio de grande proporção segue atingindo desde o final da manhã desta segunda-feira, 24, a vegetação em torno do Hospital Municipal Dr. Ernesto Che Guevara, em São José do Imbassaí. Sem os caminhões de combate, a equipe do Corpo de Bombeiros de Maricá está usando os equipamentos da unidade hospitalar para evitar a propagação das chamas.
O incêndio iniciou em uma fazenda vizinha ao hospital e rapidamente se alastrou devido ao tempo seco. Por conta da proximidade a unidade, os brigadistas do hospital iniciaram o combate e acionaram o Corpo de Bombeiros.
Militares do Destacamento de Maricá foram deslocados para o local, porém, sem o caminhão de incêndio. Segundo informações, a viaturas Auto Bomba e Salvamento (ABS) - que pertencia ao Destacamento - e a Auto Bomba Tanque (ABT) - baseada em Itaipuaçu - estão inoperantes devido problemas mecânicos.
Sem os caminhões, os bombeiros tiveram que realizar o combate com uso de mangueiras acompladas aos hidrantes da Hospital.
Por volta das 13 horas, uma viatura de combate de incêndio do Quartel de Niterói (3ºGBM) foi deslocada para o local e auxiliou na extinção das chamas.
A cidade de Maricá necessita urgentemente de mais viaturas especializadas dos Bombeiros devido seu constante crescimento populacional, somado extensas áreas de mata que cercam o município.
Nos últimos dias, a cidade tem registrando grandes queimadas, podendo ocasionar tragédias devido à falta dos caminhões do Corpo de Bombeiros.
CASO REINCIDENTE
De acordo com levantamento feito pelo LSM, os problemas mecânicos sofridos pelas viaturas dos Bombeiros de Maricá são históricos e têm sido cada vez mais comuns.
De acordo com bombeiros - atualmente reformados - que trabalharam no Destacamento, a cidade, considerada de interior, fica sempre com as viaturas antigas, que foram usadas nas grandes cidades e substituídas pelas novas.
"Esse problema é antigo, Niterói ganha ABS novo, daí manda o velho fica em Maricá. Com tantos anos de uso, o caminhão quebra, ao invés de trocar, eles mandam para o CSM - onde fica é a nossa oficina - eles consertam e mandam o velho de novo para cá" disse um Subtenente, que trabalhou por muito tempo na cidade.
"A gente estava com um caminhão novo, com a nova pintura, viatura 0 bala, vindo do 3º, mas depois que consertaram o nosso, eles recolheram o novo. Os mesmos problemas apresentados antes, voltar novamente e por isso estamos sem o ABS," relatou um militar, que preferiu não se identificar.
O mesmo problema acontece com o caminhão que fica baseado no Barroco, em Itaipuaçu. Segundo os militares que fazem o serviço extra (PROEIS BM), o caminhão AT 088, sempre dá problema.
"O caminhão é bom, guerreiro, mas sempre dá problema. Ora não temos sirene, ora não temos iluminação lateral... E sem contar com o tanque de água pela metade". Disse o sargento do Quartel de Nova Iguaçu, durante uma denúncia antiga ao LSM, sobre o mesmo caminhão.
Segundo eles, o caminhão de Itaipuaçu, possui um furo no taque de água, o que causa perda no reservatório, fazendo que chegue com menos água no local de incêndio.
VIATURA DA PREFEITURA
Vale lembrar que o Corpo de Bombeiros (CBMERJ) pertence ao Governo do Estado através da Secretaria de Estado de Defesa Civil.
Recentemente, a Prefeitura de Maricá anunciou que iria adquirir novo um caminhão de incêndio para ficar baseado em Itaipuaçu, a serviço dos militares. Porém, o Corpo de Bombeiros não aceitou o uso da viatura emprestada, a aceitação só poderia ser feita em forma de doação do caminhão, onde a viatura poderia ser remanejada para qualquer outra unidade do Estado caso fosse preciso.
