A Mãe Flávia de Oxum, de 48 anos, contou um pouco sobre a intolerância religiosa sofrida na madrugada do último sábado, 13, no Centro Espírita de Axé das Almas, de Umbanda, no distrito de Itaipuaçu.
De acordo com informações, mulher estava indo para o trabalho, quando teve uma intuição e resolveu passar pela rua do "Barracão", nome dado pelos integrantes da casa.
"Quando retornei com o carro e passei mais perto, reconheci as imagens, que eram daqui mesmo. Mas estava escuro, as luzes que sempre deixo acesas estavam apagadas, e com receio de ainda ter alguém aqui dentro, liguei para o 190 e fui prontamente atendida. Quando a viatura chegou, entrei e vi tudo quebrado, queimado, e aqui dentro ainda estava com o vapor, porque o incêndio aconteceu durante a madrugada." disse a mãe de santo.
Flávia de Oxum em seguida registou um boletim de ocorrência na Delegacia de Maricá, que investiga o caso.
"Foi aterrorizante ver tudo assim. Que eu saiba, até mesmo através de informações dos agentes da 82ª DP, isso nunca tinha acontecido em Maricá, foi a primeira vez. A delegacia enviou um perito, que fez a perícia no local e também o pedido de câmeras de lojistas das proximidades, para contribuir nas investigações", afirmou.
Devido ao grande medo, a mãe de santo resolveu instalar câmeras de segurança nesta segunda-feira, 15, no Centro Espírita de Axé das Almas de Mãe para evitar novos casos de intolerância religiosa.
"Eu não tenho outra resposta para esse caso a não ser intolerância religiosa mesmo, porque moro em Maricá há 20 anos, tenho essa casa aqui há 10 anos e nunca ouvimos falar em nada desse tipo por aqui. Nossa casa é uma casa pequena, familiar, nunca recebemos ameaças, nem nada do tipo. Temos uma ótima relação com a vizinhança, com toda a comunidade. Estamos, inclusive, sendo surpreendidos com uma enxurrada de solidariedade nesse momento delicado", concluiu a Mãe de Santo.