Niterói vai ter sua primeira Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). A instalação está prevista para maio, em uma comunidade do Fonseca ainda não divulgada. O anúncio foi feito ontem pelo comandante do 12º BPM (Niterói), tenente-coronel Gilson Chagas, em meio a uma onda de violência que tomou a zona norte da cidade. Nos últimos meses, cerca de dez corpos foram encontrados em carros roubados e abandonados na Alameda São Boaventura e ruas próximas que dão acesso a favelas. O último corpo foi achado ontem no banco traseiro de um Peugeot 206 queimado na Travessa Dona Julia, próximo ao morro Boa Vista. 
Entre as favelas que poderão receber UPP, especula-se entre a Vila Ipiranga, por ser de difícil acesso, em que policiais são obrigados a fazer incursões a pé pelos inúmeros becos e vielas, e o Complexo do Caramujo, onde traficantes declararam guerra à polícia, fazendo ameaças de ataques a delegacias e ao Destacamento de Policiamento Ostensivo (DPO) do bairro. As ameaças levaram a SSP a elaborar plano de segurança para a cidade até a Copa do Mundo, em junho, em que homens da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), tropa de elite da Polícia Civil, fazem reforço na segurança de delegacias.
No Caramujo, a ameaça de traficantes a policiais do DPO já havia levado o Batalhão de Niterói a colocar seu veículo blindado (caveirão) estacionado 24 horas por dia na porta da unidade, que nos últimos meses foi alvo de disparos.
Ontem, policiais fortemente armados com fuzis foram deslocados para fazer a segurança de uma viatura que se acidentou na Estrada da Florária, considerada área de risco. Na semana passada, o comércio no Caramujo foi fechado pelo tráfico de drogas, que impôs luto pela morte de comparsas em confronto com a PM.
Segundo Gilson Chagas, com a instalação da UPP na zona norte, a inauguração da Companhia Destacada do Fonseca, prevista para começar a funcionar este mês no Fonseca, foi cancelada. O comandante afirma, no entanto, que embora hoje a SSP esteja trabalhando para a instalação de uma UPP no bairro, o local poderá ser alterado caso haja maior demanda por outra região.
“Planejamentos podem mudar e eu não quero me comprometer. Trabalhamos baseados na mancha criminal e ela é móvel. Até maio muita coisa pode acontecer”, argumenta.
O FLUMINENSE
