03/09/2012 às 11h43min - Atualizada em 03/09/2012 às 11h43min

Brasil busca diminuição de óbitos por trauma ocasionados em acidentes

Estudo prevê a morte de 14 mil motociclistas este ano. Ministro da Saúde assina plano com medidas de prevenção e ressalta importância na formação da especialidade do trauma

Baixo custo para aquisição de motocicletas interfere no
índice de acidentes. Médicos recomendam cautela.
( Foto :: Arquivo | Lei Seca Maricá)

O FLUMINENSE - De acordo com pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado (SBAIT), este ano, no Brasil, cerca de 14 mil pessoas irão morrer vítimas de acidentes com motocicletas. Niterói é o número 1.954 da lista, com uma taxa de 3,7 óbitos em acidentes de trânsito a cada 100 mil habitantes. A pesquisa foi realiza com municípios com mais de 15 mil habitantes.  Na última semana, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, assinou um documento com o objetivo de diminuir as mortes decorrentes do trauma: a Linha de Cuidados ao Trauma na Rede de Atenção às Urgências e Emergências. O plano foi assinado durante o World Trauma Congress 2012 (WTC 2012), no Rio de Janeiro, que reuniu cerca de quatro mil profissionais especialistas.

O ministro ressaltou a importância na formação da especialidade do trauma, que ainda não é uma residência médica, já que não se pode ampliar redes de saúde pública com facilidade. “Nós temos dois grandes desafios: aumentar a qualificação dos profissionais e também a qualificação nos equipamentos”, destacou Padilha.

Para o vice-presidente da SBAIT, o médico Gustavo Fraga, o baixo custo para aquisição de uma motocicleta, a orientação educacional no trânsito para os motociclistas e políticas públicas que atuem na prevenção dos acidentes são alguns fatores que contribuiriam para a redução desse quadro.  “O motociclista precisa respeitar as leis de trânsito e também evitar o excesso de velocidade. Como o corpo do ocupante da motocicleta fica exposto, existe uma grande energia cinética transferida para a vítima, resultando em múltiplas lesões. Devido a esse fato (o corpo exposto), existem alguns traumas mais frequentes”, afirma o especialista.

Ainda segundo o vice-presidente, com 16 mil médicos se formando a cada ano, o Brasil não precisa de mais médicos, mas sim de bons médicos. “O ensino de trauma e emergência em muitas escolas médicas e de outras profissões da saúde é insuficiente. Além disso, existem poucas instituições focadas no trauma”.

O seguro por Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT) no Estado do Rio reflete o número das maiores vítimas de acidentes de trânsito, o motociclista.

Por tipo de veículo, os acidentes envolvendo condutores de moto representaram 69% das indenizações, enquanto 25% foram com carros. Os demais casos foram referentes a caminhões, ônibus e micro-ônibus. Os motoristas representaram 59% das indenizações, seguidos de pedestres (24%) e passageiros (17%). As estatísticas apontam ainda que 23% dos acidentes indenizados ocorreram ao anoitecer, entre 17h e 20h. O menor índice, 11%, foi registrado ao amanhecer, entre 6h e 9h. Os dados foram coletados no primeiro semestre de 2012, pela seguradora Líder, concessionária do Seguro DPVAT.

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