Para inibir os assaltos a coletivos na Ponte, a PRF decidiu propor às empresas de ônibus que operam linhas urbanas no trajeto o fim do uso de cortinas. De acordo com o chefe da 2ª Delegacia da PRF (Ponte Rio-Niterói), Francisco Paulo, panos encobrindo as janelas facilitam a ação dos bandidos, dificultando a visualização do interior do veículo.
— Percebemos que os casos de assaltos são sempre nos veículos equipados com cortinas. Nós vamos procurar o Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio (Setrerj) e pedir para que não as usem mais — diz Francisco.
Segundo o inspetor-chefe, quando o assalto é percebido e a PRF é alertada enquanto o veículo ainda está na Ponte, as chances de interceptação e prisão dos suspeitos é grande.
— Há cerca de duas semanas, recebemos denúncia sobre um ônibus que acabara de entrar na via e estava sendo assaltado. Conseguimos monitorá-lo durante todo o trajeto e, quando ele chegou ao pedágio, já estávamos à sua espera. Nesta situação, acabamos comprovando que não havia assalto, mas se a denúncia fosse procedente, teríamos tido sucesso — conta.
As informações sobre assaltos na Ponte são passadas à PRF através do telefone 2219-3202, que funciona 24 horas. Francisco recomenda que o passageiro que estiver no coletivo ocupado pelos criminosos não faça a ligação.
— É muito perigoso para o passageiro do ônibus assaltado fazer qualquer tipo de contato enquanto os criminosos ainda estiverem no veículo. A atitude pode colocar todos em risco, se o bandido perceber. O ideal é que o contato parta de uma pessoa que esteja em outro veículo e tenha percebido o assalto. Por isso é tão importante que o interior do ônibus esteja aparente — explicou.
Além do número de telefone para que as pessoas possam fazer contatos, a 2ª Delegacia da PRF estuda a implantação do Telegram. Trata-se de um aplicativo para smartphone muito similar ao WhatsApp. A diferença é que ele também pode ser usado através do computador, e não apenas de dispositivos móveis.
— Já usamos o Telegram internamente e pretendemos fazer dele um canal de comunicação com a população. Apesar de não ser tão popular quanto o WhatsApp, a possibilidade de recebermos as mensagens através de um computador facilitará muito a nossa operação — explica.
O GLOBO