02/12/2014 às 09h01min - Atualizada em 02/12/2014 às 09h01min

Atestado de óbito confirma que menina de Maricá teve gripe suína, mas exame deu negativo

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Atestado de óbito confirma que menina de Maricá teve gripe suína, mas exame deu negativo.

Atestado de óbito confirma que menina de Maricá teve gripe suína, mas exame deu negativo.

Atestado de óbito confirma que menina de Maricá teve gripe suína, mas exame deu negativo.[/caption]

Mais de uma semana após a morte da estudante Ana Júlia da Silva Pessôa, de 14 anos, o caso ainda é um mistério para a família, que vive em Maricá. A certidão de óbito, retirada no último dia 21, quando ela morreu, confirma: a jovem teve pneumonia causada pela temida gripe suína (H1N1). O exame de sangue feito seis dias depois, no entanto, deu resultado negativo para a doença. Até hoje os pais não sabem o que exatamente tirou a vida de Júlia.

— Os médicos disseram que, pela evolução rápida do quadro, só poderia ser H1N1. A certidão diz que foi isso, mas como eles (a Prefeitura de Maricá) dizem que não foi? — questiona o pai Alexsandro Pessôa, de 43 anos.

Como a suspeita de que a menina teria contraído a gripe se espalhou, a prefeitura divulgou, na quinta-feira passada, um comunicado para tranquilizar a população. O texto afirma que Maricá está livre da doença.

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Moradora de Maricá, a jovem Ana Júlia da Silva Pessôa morreu em hospital de Itaboraí. Foto: Reprodução da internet.

Moradora de Maricá, a jovem Ana Júlia da Silva Pessôa morreu em hospital de Itaboraí. Foto: Reprodução da internet.

Moradora de Maricá, a jovem Ana Júlia da Silva Pessôa morreu em hospital de Itaboraí. Foto: Reprodução da internet.[/caption]

Ana Julia deu entrada quatro vezes no Hospital municipal Conde Modesto Leal. Na última, foi transferida para uma UTI mais bem equipada no Hospital Desembargador Leal Junior, de Itaboraí, onde morreu. O resultado negativo para H1N1 é do Laboratório Noel Nutels. Mas o vírus da gripe suína continua como causa mortis na certidão, deixando a família aflita.

A Prefeitura de Itaboraí, onde a morte foi atestada, investiga se houve erro na transcrição do documento. Já a Prefeitura de Maricá informou que a certidão de óbito deverá ser corrigida.

Certidão não é corrigida, diz Cremerj

A Comissão de Análise de Óbitos do Hospital municipal Desembargador Leal Junior, em Itaboraí, divulgou nota informando que está “investigando o caso e verificando se houve algum equívoco na transcrição da informação para a certidão de óbito”. E explicou que o médico que declarou a morte suspeitou que a causa poderia ter sido o vírus Influenza H1N1.

Já a Secretaria municipal de Saúde de Maricá disse que o Influenza H1N1 consta na certidão de óbito porque havia uma suspeita de que ele fosse o causador da morte da menina. Mas, ainda segundo o órgão, “tal comprovação dependia única e exclusivamente do resultado dos exames específicos” , e continua: “Com isso, o atestado de óbito terá, provavelmente, de ser corrigido”.

Segundo a médica Marília Abreu, diretora do Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj), a correção no documento não será possível.

— Não se corrige atestado de óbito. O médico se baseou em dados clínicos, apesar de o exame laboratorial ser a única confirmação. Cabe à Comissão de Óbitos do hospital notificar corretamente o Ministério da Saúde.

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