18/05/2015 às 19h24min - Atualizada em 18/05/2015 às 19h24min

Desde o início de 2015, Bombeiros já realizaram 2.978 salvamentos nas Praias de Maricá e Niterói

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Desde o início de 2015, Bombeiros já realizaram 2.978 salvamentos nas Praias de Maricá e Niterói. (Foto :: Arquivo  LSM)

Desde o início de 2015, Bombeiros já realizaram 2.978 salvamentos nas Praias de Maricá e Niterói. (Foto :: Arquivo LSM)

Desde o início de 2015, Bombeiros já realizaram 2.978 salvamentos nas Praias de Maricá e Niterói. (Foto :: Arquivo LSM)[/caption]

“A qualquer hora, em qualquer tempo, em qualquer mar.” O mítico lema dos guarda-vidas transmite segurança à população e ao mesmo tempo é um indicador da árdua e instável rotina dos homens que têm a nobre missão de salvar vidas e zelar pela segurança dos banhistas em nossas praias. O dia a dia deles pode oscilar entre o marasmo de uma terça-feira nublada, de mar calmo e praias vazias, e a adrenalina de estar a postos em Itacoatiara num dia de mar grande e areias lotadas. Mas uma coisa é certa: eles nunca tiveram tanto trabalho. De janeiro a abril deste ano, o 4º Grupamento Marítimo (G-Mar) — responsável pelo patrulhamento das praias de Niterói e Maricá — realizou 2.978 salvamentos. O número é 123% maior do que o de 2013 (1.331) e 32% superior ao anotado em 2014 (2.248). O contraste é ainda mais evidente se comparado ao mesmo período de dez anos atrás: em 2005, foram contabilizados apenas 327 resgates, também de janeiro a abril, o que significa um aumento de 810% .

A média este ano é de 24 salvamentos por dia, mas, nos dias de pico, a realidade pode ser outra, e os atendimentos mais que triplicam. Num domingo de sol e ondas grandes são feitos até 90 resgates em Itacoatiara. Em relação ao mar, a praia, considerada a mais charmosa e badalada pelos jovens há gerações, também é, sem dúvidas, a mais perigosa da cidade. E é ainda a mais midiática: nos últimos anos, alcançou uma divulgação sem precedentes por conta das redes sociais. Só no Instagram, há mais de 78 mil menções.

O comandante do 4º G-Mar, tenente-coronel Fernando Melo, acompanha de perto o que se passa pelo litoral e pondera os motivos para o crescente índice: verão atípico com muito calor e pouca chuva, além do acesso facilitado com mais opções de ônibus e, curiosamente, até a popular onda de compartilhar selfies podem ter contribuído para praias mais cheias e conhecidas, e o consequente aumento das ações de resgate.

— Com o surgimento das redes sociais, as pessoas começaram a divulgar muito os lugares, principalmente a Praia de Itacoatiara. As praias estão muito mais cheias, as trilhas estão mais movimentadas. Mais gente começou a descobrir Niterói — observa o comandante.

Os guarda-vidas também põem na conta da inflada estatística outros fatores, como a popularização de esportes aquáticos — principalmente o stand up paddle e o surfe, graças ao fenômeno Medina —, que levam cada vez mais pessoas ao mar. O estudante Pedro Salles, de 16 anos, entra na estatística dos que passaram sufoco quando tentavam pegar onda

— Eu entrei no Costão (de Itacoatiara) porque naquele cantinho o mar estava menor, mas rapidamente a correnteza me jogou para o meio da praia, e eu não conseguia sair. Remava para a beira, e a corrente me puxava para fora, fiquei no meio da arrebentação até a hora que chegou um um guarda-vida — relata.

Embora os socorros tenham aumentado significativamente, a média de óbitos no mar se manteve estável: são cerca de dois por ano.

Em terra firme, os resgates também estão em alta. Apesar de o número ainda ser pequeno, os bombeiros passaram a ser acionados com mais frequência nas trilhas do Parque Estadual da Serra da Tiririca. Em 2012 foram feitos dois resgates no Parque; nos dois anos seguintes, o número subiu para quatro; e nos quatro primeiros meses deste ano já houve três.

— O pessoal fica na praia o dia inteiro e decide subir a trilha no final da tarde. Acho que para ver o pôr do sol. Aí não conseguem descer quando cai a noite porque se perdem ou se acidentam — explica o comandante do 3º Grupamento de Brigada Militar (3º GBM), tenente-coronel Albert Luci de Andrade: —Não dá. Sempre que for fazer trilha tem que ir com alguém que conheça o lugar ou que tenha algum conhecimento de montanhismo.

REFORÇO NO BATALHÃO

O 4º G-Mar, com sede em Itaipu, tem 140 homens, sendo que 90 exercem atividades externas, e 50, serviços internos. O grupamento deve receber o reforço de mais 60 homens após o resultado de concurso público que convocará 300 guarda-vidas para trabalhar em todo o estado.

O que também ajudou na produtividade e nos socorros efetuados pelo grupamento foi a chegada de novos equipamentos ao batalhão. Há dois anos eles contam com duas motos aquáticas (jet skis) na Região Oceânica, e nas praias de Maricá têm o auxílio de quadriciclos para o patrulhamento das longas faixas de areia. Além das tradicionais lanchas e botes e dos três helicópteros do Corpo de Bombeiros que servem todo o estado.

— Numa situação de mar grande, o jet ski diminui muito o esforço do guarda-vida e ajuda a retirar um cidadão de uma situação de risco de maneira mais rápida — explica o capitão Fernando Melo.

O GLOBO


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