LEI SECA MARICÁ :: ROMÁRIO BARROS- Um registro de ocorrência pelos crimes de desacato, incitação ao crime e omissão de socorro foi realizado na Delegacia de Maricá (82ª DP) contra dois médicos e uma funcionária da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Inoã neste sábado, 23.
De acordo com o registro de ocorrência, Policiais Militares do Destacamento de Policiamento Ostensivo (DPO) de Inoã foram acionados através da Central da Polícia Militar para comparecer a UPA, onde uma mulher teria tido o atendimento negado por um médico de plantão. A guarnição composta pelo Sargento César e Soldado Nunes foi deslocada para a Unidade de Saúde.
Chegando ao local, o Sargento César contou que encontrou o queixoso Jordeli Ribeiro da Silva que acompanhava a esposa que com muitas dores teve seu pronto atendimento recusado pelo médico de plantão identificado como Renato Fernandes Elias. O médico teria alegado ao Sargento, que estava em greve e que não iria contra os colegas de trabalho.
O Sargento deu voz de prisão ao médico por omissão de socorro, porém, ele apresentou uma carteira funcional do Corpo de Bombeiros e disse "Você não vai me prender porque sou Capitão BM (Bombeiro Militar)", obrigando o Policial Militar a prestar continência para o superior hierárquico.
De acordo com o Sargento, ele se manteve irredutível e deu voz de prisão ao médico/oficial. Em seguida, os PMs e o médico foram cercados por funcionários da UPA liderados por uma mulher identificada por Ana Valéria Colares da Silva Damasceno que, estaria insuflando e com ajuda dos demais, retirou o médico do local, conduzindo-o para o interior da unidade de saúde. Ela teria dito ainda que se o médico fosse preso, ela iria fazer protesto em frente a delegacia.
O Sargento acionou a supervisão do 12º BPM (Niterói), que ao chegar ao local, o médico apresentou a identidade civil e não a militar. Após a confusão, o diretor da Unidade, Sr. Mario Parente autorizou a entrada da esposa de Jordeli que foi medicada e agora passa bem.
Em seguida, o Policial Militar tentou entrar na UPA para acompanhar o atendimento, mas foi impedido pelo médico Dr. Gustavo Borges de Oliveira que se recusou a identificar-se para o Sargento e obstruiu o trabalho do declarante com deboche, desrespeitando-o como homem, cidadão e Policial Militar fardado em serviço.
Jordeli contou ao Lei Seca Maricá porque há quatro dias a esposa se queixa de dores abdominais e nas costas. Ele disse que já havia estado na UPA nas outras duas vezes, quinta e sexta-feira, porém, os médicos recusavam atendimento por estarem em greve.
"- Hoje eu fui obrigado a solicitar o auxílio da Polícia Militar porque o médico de plantão se recusou a atende-la. Minha esposa foi atendida pelo médico Dr. Mario Parente, diretor da UPA, que a medicou, porém sem informar qual seria o mal que a acometia ou o medicamento ministrado.
O caso foi encaminhado para o Juizado Especial Adjunto Criminal de Maricá. Os médicos e a funcionária estão sendo acusados de omissão de socorro, desobediência e incitação ao crime.
Paralisação na saúde de Maricá
O Lei Seca Maricá vêm acompanhando a crise na saúde da cidade deste a última quarta-feira.
A empresa terceirizada 'Captar' ainda não realizou o pagamento do salário do mês de Abril e todo mês os funcionários dizem que é a mesma coisa. Médicos, Enfermeiros, Psicologas, Fisioterapeutas, Assistentes Sociais, Nutricionistas, Fonoaudiólogos e Farmacêuticos cruzaram os braços.
O Hospital Municipal Conde Modesto Leal, no Centro, segue com o serviço parcialmente paralisado e só pacientes em estado considerado grave estão recebendo atendimento. Já na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Inoã, apenas casos considerados amarelos e vermelhos estão recebendo atendimento.
Em nota, a Prefeitura informou que o salário atrasado será realizado nesta semana.
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