09/08/2015 às 14h18min - Atualizada em 09/08/2015 às 14h18min

Atleta de São José do Imbassaí é Ouro no Parapan disputado no Canadá

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Lucas Ferreira Araújo, morador de São José do Imbassaí, conquistou o ouro em equipes da Bocha. (Foto :: Divulgação)

Lucas Ferreira Araújo, morador de São José do Imbassaí, conquistou o ouro em equipes da Bocha. (Foto :: Divulgação)

Lucas Ferreira Araújo, morador de São José do Imbassaí, conquistou o ouro em equipes da Bocha. (Foto :: Divulgação)[/caption]

LEI SECA MARICÁ :: ROMÁRIO BARROS- Maricá ganhou a primeira medalha de ouro na história em um esporte olímpico. Lucas Ferreira Araújo, morador de São José do Imbassaí, conquistou o ouro em equipes da Bocha no último sábado, dia 08, nos Jogos Parapan-Americanos que está disputado em Toronto, no Canadá.

Na equipe que reunia atletas das classes BC2 e BC1, o Brasi foi ao topo do pódio, ainda que superado pelo Canadá no tiebreak da terceira rodada. Na soma dos resultados, o time brasileiro foi melhor no saldo de pontos e, assim, o maricaense Lucas Ferreira de Araújo, Maciel de Souza Santos, Guilherme Germano e José Carlos de Oliveira ouviram o hino nacional. A prata ficou para a Argentina e o bronze, para o Canadá.

Dignidade e independência

Incluída no Plano Brasil Medalhas, do governo federal, a modalidade experimenta, segundo dirigentes e atletas, um momento diferenciado no Brasil, com mais de mil praticantes e uma estrutura que permite que os atletas viagem com segurança e tenham autonomia econômica e social.

“Em 2002, na primeira vez que prestei um serviço para a Seleção, o trabalho era voluntário. Hoje temos recursos e até patrocínios individuais para alguns”, afirma o paulista Wesley Saggiani, um dos dois fisioterapeutas que presta serviço à equipe, que também conta com psicóloga e médicos à disposição para eventualidades.

O time principal realiza semanas de treinamento concentrado quatro a cinco vezes por ano e os atletas de ponta contam com a Bolsa Pódio. “Não dá para imaginar o significado desse incentivo. Eles deixam de ser uma fonte de despesas e passam a sustentar a família. O investimento neles significa autonomia”, afirmou Márcia Campeão, militante na modalidade desde 1995, quando o esporte começou a ter difusão no Brasil.

A autonomia, no caso, não é expressão simbólica, mas algo cotidiano. “Os praticantes da bocha necessitam de ajuda para se deslocar, para chegar ao local de treinamento, para entrar com segurança e ocupar assentos em voos. Sem a bolsa, dependem de familiares e amigos. Com a bolsa, podem até contratar pessoas para executar essa função, treinar com mais tranquilidade.”, exemplifica Márcia, formada em educação física e com mestrado na Unicamp e Doutorado na Fiocruz em temas correlatos à bocha.

“Na verdade, significa não só um aprimoramento profissional, mas pessoal também”, afirmou Eliseu dos Santos, que pôde passar a pagar o irmão para ajudá-lo de forma mais sistematizada nos deslocamentos, conseguiu se estabelecer numa casa própria e agora sonha em montar um centro de treinamento nos fundos da própria residência.

“Para mim, me deu a possibilidade de ter uma fisioterapeuta particular, o que antes era simplesmente impossível”, completou Dirceu José Pinto, que também conta com apoios da Caixa, e prefeitura de Mogi das Cruzes e do Time SP. Para ele, a conclusão do Centro de Treinamento Paralímpico (já superou os 97% de conclusão), em São Paulo, é outro fator que vai ajudar a profissionalizar a modalidade. 

Regra e categorias

O princípio do jogo é simples: chegar o mais perto possível da bola branca. Conseguir fazer isso é um processo que lembra as tacadas da sinuca e a estratégia do xadrez. Cada jogador é postado numa área delimitada no fundo da quadra. Numa disputa de quatro ou seis entradas (games), dependendo da categoria, cada equipe tem seis bolas para se aproximar da branca e evitar que o adversário faça o mesmo. Ao fim de cada Entrada, o juiz indica quantas bolas, e de qual equipe, estão de fato mais próximas, e define a pontuação.

Os atletas são separados em quatro categorias, de acordo com o comprometimento motor. Entre os atletas de menor mobilidade há inclusive a ajuda de terceiros, os chamados calheiros. Eles posicionam a calha e encaixam a bola de acordo com a indicação do jogador. O atleta, em seguida, toca a bola com uma haste que funciona como taco, fixada à boca ou à cabeça. Entre os atletas de mobilidade maior, a bola pode ser lançada com as mãos ou os pés.


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