"Cousteau já dizia que você só preserva aquilo que conhece". Idealizador e diretor-presidente do Aquário Marinho do Rio (AquaRio), o biólogo Marcelo Szpilman cita a frase do lendário explorador e oceanógrafo francês Jacques Cousteau para chamar a atenção sobre a importância dos animais que vão povoar a futura atração carioca, que deve ser inaugurada até julho de 2016. Os primeiros moradores desse mundo submerso já começaram a chegar. Após duas expedições de pesca no arquipélago das Cagarras e em Itaipuaçu, em Maricá, nove peixes de cinco espécies foram postos em quarentena para, depois, irem para o aquário.
Entre as espécies que já chegaram, estão duas raias-prego, dois xereletes, dois jaguareçás, duas marias-da-toca e uma pirajica. Apaixonado por tubarões, Szpilman afirma que a espécie, uma das mais esperadas do aquário, só chegará entre março e abril:
- No momento, estamos testando a pesca, o transporte, o manuseio e a própria quarentena. Quando fazemos uma introdução de animais, começamos primeiro pelos menores, aumentando o tamanho, até os últimos. Os tubarões, como estão no topo de cadeia, normalmente, deixamos para o final.
ÁGUA SERÁ REAPROVEITADA-Responsável pelas obras, Roberto Kreimer diz que serão utilizados 69 filtros e 74 bombas para garantir a vida marinha dentro dos tanques.
- A água tem que se tornar clara e cristalina, como a imagem de uma televisão de LED. Ao mesmo tempo, precisa de propriedades químicas para ter vida. A preocupação com a sustentabilidade do aquário foi enorme. Toda a água é filtrada e reaproveitada - explica.
Diretor de operações do AquaRio, Fernando Duarte estima que as obras custarão cerca de R$ 100 milhões. O Grupo Cataratas, que opera parques como o de Foz do Iguaçu, a empresa de transporte Bel-Tour e a Esfeco, dos trens do Corcovado, são os financiadores.
- O custo total de operação vai girar em torno de R$ 30 milhões anuais. De visitantes, esperamos 800 mil por ano - diz.
Szpilman já planeja a próxima pescaria para a segunda quinzena de dezembro.
O GLOBO