Animais ajudam no rastreamento de pessoas em desabamentos e soterramentos
O Corpo de Bombeiros conta com o auxílio do melhor amigo do homem na tarefa de encontrar vítimas de soterramento e desabamento. Cada cão do 2° Grupamento de Socorro Florestal e Meio Ambiente (2° GSFMA) pode substituir até 20 homens. A unidade, localizada em Magé, é especialista na tarefa de treinar os animais para auxiliar os bombeiros no rastreamento de vítimas soterradas por acidentes ou desastres naturais.
– Os cachorros possuem um faro apuradíssimo e conseguem localizar com mais rapidez as vítimas – explicou o comandante do grupamento, tenente-coronel Vitor Leite da Silva.
Inaugurado em 2006, o canil conta com nove cães das raças pastor belga malinois, labrador e golden retriever. Os cachorros que já tenham pré-disposição para o trabalho de farejamento são selecionados a partir dos seis meses e treinados por um ano e meio para a função. No total, oito praças e quatro oficiais lidam diretamente com os animais, que costumam se aposentar, em média, aos nove anos, e normalmente são adotados pelos próprios bombeiros.
Heróis de quatro patas
O grupamento já colhe os frutos do trabalho bem-sucedido. No ano passado, os cães ajudaram a rastrear pessoas soterradas após o desabamento de um prédio no centro do Rio. Em 2011, também trabalharam na busca de vítimas dos temporais que castigaram a Região Serrana e o Morro do Bumba, em Niterói. O major Ricardo Gomes relembra, com orgulho, de um dos momentos mais marcantes para o grupamento, quando uma equipe de bombeiros e seis cães foram enviados para o Haiti após o terremoto que atingiu o país, em 2010.
– Logo no primeiro dia, Nina, uma cadela da raça labrador, conseguiu localizar uma pessoa que estava soterrada há mais de 14 horas. Foi muito emocionante e recompensador – disse o major Gomes.
Anualmente, a unidade realiza um curso de treinamento – com aulas de adestramento e noções de medicina veterinária, além de técnicas de salvamento e rastreamento – para oficiais de outros regimentos e corporações. O 2° GSFMA também está treinando um cachorro para ajudar no tratamento de crianças com necessidades especiais. Os bombeiros já aprovaram um projeto para ampliar o canil. A ideia é que o espaço abrigue 15 cães, torre de exercício, pista de escombros e box-maternidade para receber as ninhadas.