01/11/2018 às 12h20min - Atualizada em 01/11/2018 às 12h24min

"Em dois anos estarão todos desmoralizados", diz Quaquá sobre Jair Bolsonaro e Sérgio Moro


[gallery columns="1" size="full" ids="176097"]   O ex-prefeito de Maricá e atual Presidente do PT-RJ, Washington Quaquá, utilizou as redes sociais para falar novamente sobre o novo presidente da República Jair Bolsonaro e o Juiz Sérgio Moro, que aceitou nesta quina-feira, 1, o convite para assumir o Ministério da Justiça. "- Todas as pontas se fechando. O bom disso tudo é que todas as máscaras vão cair e todas as fantasias serão rasgadas pelo caminho do desfile. Em dois anos estarão todos desmoralizados", disse Quaquá. Quaquá pode assumir vaga de Clarissa Garotinho na Câmara dos Deputados em 2019; Entenda O ex-prefeito de Maricá Washington Quaquá (PT) recebeu mais de 73 mil votos para deputado federal, mas seu direito ao mandato ainda depende de decisão que deverá ser dada esta semana pelo ministro Og Fernandes, do Tribunal Superior Eleitoral. A entrada de Quaquá pode retirar Clarissa Garotinho da Câmara dos Deputados. Chegou a ser cogitado que quem perderia a cadeira seria Jean Willys, menos votado nas eleições, porém, com uma retotalização dos votos, para ver quem teve a pior média partidária levando em conta o quociente eleitoral, Clarissa Garotinho perderia a vaga. Quaquá recebeu 74.175 votos — mas ainda corre o risco de não conseguir carimbar a estadia em Brasília. O mais votado da coligação PT-PCdoB teve o registro de candidatura indeferido pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) por cinco votos a um, mas garantiu o nome nas urnas por meio de uma liminar concedida pelo TSE. "Os detalhes jurídicos envolvidos não atingem critérios da lei da inelegibilidade. O mérito final não poderá ser outro que não a nossa vitória", disse Quaquá. Candidata do PROS, Clarissa Garotinho obteve 35.131 votos totalizados (0,46% dos votos válidos) e foi eleita Deputado Federal no Rio de Janeiro no 1º turno das Eleições 2018. Sérgio Moro aceita ser ministro da Justiça do governo Bolsonaro O juiz Sérgio Moro, responsável pela operação Lava-Jato na primeira instância, aceitou ser ministro da Justiça no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). A decisão foi anunciada ao futuro mandatário nesta quinta-feira (1º/11), depois de um encontro dos dois na casa de Bolsonaro, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba divulgou uma nota após a reunião (leia a íntegra abaixo), que começou por volta das 9h. "Após reunião pessoal na qual foram discutidas políticas para a pasta, aceitei o honrado convite. Fiz com certo pesar pois terei que abandonar 22 anos de magistratura", afirmou Moro. "No entanto, a pespectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito à Constituição, à lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão", completou. Na nota que emitiu, Moro afirmou ainda que se afastará dos próximos julgamentos da Lava-Jato para "evitar controvérsias", mas garantiu que a operação continuará. "A Operação Lava-Jato seguirá em Curitiba com os valorosos juízes locais. De todo modo, para evitar controvérsias desnecessárias, devo desde logo afastar-me de novas audiências." Bolsonaro confirmou o resultado da conversa e comemorou a decisão de Moro pelas redes sociais, forma de comunicação que tem preferido para comunicar suas decisões. "O juiz federal Sérgio Moro aceitou nosso convite para o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Sua agenda anti-corrupção, anti-crime organizado, bem como respeito à Constituição e às leis será o nosso norte!", escreveu. Superministério A intenção de Bolsonaro é fundir o Ministério da Justiça com o Ministério da Segurança Pública e a Controladoria-Geral da União (CGU), entre outros órgãos. Assim, a pasta deve ser mais abrangente e incluir a área de Segurança Pública — que tem sob seu comando a Polícia Federal —, mais a Secretaria da Transparência e Combate à Corrupção e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Após as eleições, Bolsonaro afirmou, durante entrevistas, que Moro poderia assumir o Ministério da Justiça ou, futuramente, uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). O juiz federal agradeceu o convite, afirmando estar “honrado” pela lembrança e que “refletiria” sobre o assunto. "Caso efetivado oportunamente o convite, será objeto de ponderada discussão e reflexão." Para especialistas que acompanham o processo político, ocupar o Ministério da Justiça representa uma espécie de rito de passagem para, futuramente, ser nomeado para o Supremo. Supremo Durante o mandato presidencial, Bolsonaro poderá fazer duas indicações ao Supremo. A primeira oportunidade será em novembro de 2020, quando o ministro Celso de Mello, decano da Corte, completa 75 anos e será aposentado compulsoriamente. No ano seguinte, será a vez do ministro Marco Aurélio Mello deixar o STF. Moro, de 46 anos, procura ser discreto nas atitudes, mas ganhou notoriedade ao comandar, há quatro anos, o julgamento em primeiro instância dos processos relativos à Operação Lava Jato, nos quais foram envolvidos nomes como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro José Dirceu, empresários e parlamentares. O escândalo relativo aos desdobramentos da Lava-Jato é considerado um dos mais complexos casos de corrupção e lavagem de dinheiro no país. No ano passado, Moro condenou Lula a nove anos e seis meses de prisão. Foi a primeira condenação de um ex-presidente da República. A decisão foi ampliada em segunda instância, e o ex-presidente agora cumpre pena em Curitiba, desde abril. Íntegra da nota de Moro "Fui convidado pelo Sr. Presidente eleito para ser nomeado Ministro da Justiça e da Segurança Pública na próxima gestão. Apos reunião pessoal na qual foram discutidas políticas para a pasta, aceitei o honrado convite. Fiz com certo pesar pois terei que abandonar 22 anos de magistratura. No entanto, a pespectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito à Constituição, à lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão. Na prática, significa consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem maior. A Operação Lava-Jato seguirá em Curitiba com os valorosos juízes locais. De todo modo, para evitar controvérsias desnecessárias, devo desde logo afastar-me de novas audiências. Na próxima semana, concederei entrevista coletiva com maiores detalhes."
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