Parte da carga de carnes desviada por PMs alvos da Operação Purificação, deflagrada nesta quinta-feira (13), foi parar em um supermercado. O comércio fica em Inoã, em Maricá, Região Metropolitana do Rio, e está sendo investigado por possível receptação. A investida mira policiais militares flagrados desviando carga de dois caminhões frigoríficos roubados em maio.A força-tarefa do MP-RJ e das polícias Civil e Militar cumpriu 12 dos 14 mandados de prisão. Um procurado está foragido, e outro foi encontrado morto dentro do Batalhão de São Gonçalo quando agentes da Polícia Judiciária Militar chegavam à unidade. A delegada responsável pelo caso, Bárbara Lomba, confirmou que a hipótese mais provável é de suicídio. A Corregedoria da PM também confirmou.A investigação começou com a morte de um PM por ladrões de carga, detalhou o delegado Allan Duarte. “Estava de folga e na escolta de uma carga. A equipe se deparou com uma quadrilha. Houve confronto, e esse policial militar acabou morrendo", lembrou."A partir da busca por essas quadrilhas, chegamos às imagens que iniciaram essas investigações”, explicou a delegada Bárbara Lomba, titular da Delegacia de Homicídios de Niteroi, São Gonçalo e Itaboraí."As investigações não param por aqui, porque precisamos identificar outros que participam disso, incluindo outros agentes públicos e roubadores de carga”, garantiu Duarte.Segundo as investigações, em vez de seguir com os caminhões, as vítimas e a carga para a delegacia da área, onde o caso seria registrado, o grupo acionou outras viaturas, carros do serviço reservado e particulares e até um frete particular para transportar as caixas. Toda a dinâmica, que durou mais de três horas, foi flagrada por câmeras de segurança da rua. Ao todo, os policiais realizaram 13 viagens, e alguns veículos foram usados mais de uma vez.Na 72ª DP (Mutuá), onde a ocorrência foi comunicada à Polícia Civil, foram apresentadas apenas 10 caixas, aproximadamente 180 kg, da mercadoria. Os caminhões levavam quase dez vezes isso, entre carne bovina, suína, frango e frios.Os suspeitos vão responder por crime de peculato-desvio – quando um funcionário público se apropria de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel. Os suspeitos podem pegar até 12 anos de prisão.Até o fechamento desta matéria, a Polícia ainda não havia divulgado o nome do mercado.